"Quero
sair do Rio, não sei mais em quem confiar", conta.
PM de UPP é
suspeito de liderar quadrilha.
Uma vítima
de sequestro falou sobre os três dias que passou com um grupo, preso no último
dia 17 em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Entre os cinco suspeitos presos,
está o homem apontado como líder: Felipe Lessa de Oliveira, PM da UPP do Borel.
"Eles
me abordaram como se fossem policiais, todos com roupas de policiais civis. Me
botaram dentro de um carro, me bateram e depois levaram para dentro do
cativeiro", contou a vítima, que não quis se identificar. "Eles me
pediam dinheiro, falavam que iam me matar e a toda a minha família se eu não
conseguisse o dinheiro. Me bateram, me esfaquearam, me deram choques",
contou ele.
"Me
deram o prazo de uma semana para conseguir o dinheiro e eu contactei a
DAS", explicou ele, que afirmou que não conhecia nenhum dos presos.
"Eu quero sair do Rio, não dá mais para ficar aqui", lamentou.
A Divisão
Anti-Sequestro (DAS) apresentou as cinco pessoas presas pelo sequestro do
comerciante no dia 9 de abril no conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do
Rio. O PM está preso no batalhão especial prisional, na Zona Norte do Rio.
Segundo a
delegada assistente Alice Cunha, ele era um dos líderes do gupo e já vinha
atuando com este tipo de crime há mais de um ano. "Essa informação foi
confirmada por um dos presos e pela vítima", contou. Eles vão responder
por extorsão, sequestro, porte de armas raspadas, porte de drogas e formação de
quadrilha.
"Eles
determinaram que fossem para uma lanchonete em Bonsucesso, no acesso à Linha
Amarela ", explicou a delegada. "Estamos investigando a participação
de outras pessoas nestes crimes".
De acordo
com a polícia, a vítima foi sequestrada no início do mês e levada para um
cativeiro, em um depósito localizado no Parque União, no Conjunto de favelas da
Maré, na Zona Norte.
Os
criminosos pediram primeiro um resgate de R$200 mil, que depois foi diminuído
para R$ 50 mil para libertar o comerciante, que ficou de quinta até domingo em
cárcere, quando foi libertado em Realengo, no final da noite do dia 12 de abril.
"Ele sofreu diversas torturas com armas de eletrochoque, golpes de arma
branca e outras agressões", explicou.
Após esse
período, foram retomadas as negociações entre os seqüestradores e a família da
vítima, que seria ameaçada caso não pagasse R$ 50 mil e mais um carro da
família da vítima. A DAS, segundo a delegada, acompanhou as negociações e
prendeu o grupo no dia 17 de abril.
Armas e
coletes
Com os
criminosos, foram apreendidos duas pistolas calibre .40, cinco carregadores de
fuzil, R$ 12 mil, coletes balísticos, máquina de eletrochoque, cocaína e cerca
de 30 celulares com chips.
Junto com
Felipe Lessa, que tem 29 anos e seis anos atuando como Policial Militar, foram
presos Paulo Cesar Correa de Azevedo Júnior, de 28 anos, Emerson Alves Pereira,
de 33, Marcelo Telles Cabral, de 34, e Jhonathan da Silva Santos, de 20 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário