quinta-feira, 23 de abril de 2015

Sem acordo, professores mantêm greve e grupo tenta invadir secretaria


Categoria está parada há 42 dias e pede 75,3% para equiparação salarial.
Reunião entre sindicato e Secretaria da Educação ocorreu nesta quinta.
Professores da rede estadual decidiram manter a greve que já dura 42 dias após participar de reunião na Secretaria de Estado da Educação. Depois do encontro com representantes do governo estadual e da realização de uma assembleia na Praça da República, parte do grupo tentou invadir a sede da secretaria no Centro.
A Polícia Militar usou uma bomba de gás para afastar o grupo, que também atirou pedras contra a fachada do prédio. Não há informações sobre detidos.
Os atos de vandalismo ocorreram após sindicalistas no carro de som convocarem todos os manifestantes para caminhada até a Marginal Tietê. Nesse momento, parte do grupo insistiu em ficar nas escadarias e gritava "não tem arrego".
Pessoas que seguravam bandeiras, entre elas a do PCO, usaram pedaços de pau para tentar arrombar a porta do prédio
Após a ação da PM, que jogou uma bomba de gás nas escadas, o grupo deixou a Praça da República. A caminhada dos professores seguiu pelo Centro acompanhada de homens da Polícia Militar (PM).
Antes do tumulto, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, disse que a reunião terminou sem acordo. "Ficamos na mesa duas horas ouvindo não, não é não. A greve continua", afirmou a presidente da Apeoesp. Segundo Maria Izabel, o governo afirmou que só deve apresentar proposta em julho.
A Secretaria de Estado da Educação informou que, na reunião, foi proposta a continuidade da política de valorização salarial já em andamento no estado.
Reivindicações
Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos.
Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.
O sindicato alega que a Secretaria de Estado da Educação acenou com 10,5% de aumento para apenas 10 mil professores que se saíram bem em uma prova, ignorando outros 220 mil profissionais da rede.
Os professores também pedem melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes. A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.
Confusão
Na quarta-feira (22), professores estaduais em greve entraram em confronto com policiais militares na Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da capital paulista. Um professor foi detido e conduzido ao 36º Distrito Policial, na Vila Mariana.
A confusão ocorreu quando um grupo forçou a entrada no plenário Juscelino Kubistchek, que já havia atingido o limite máximo de lotação. Policiais tentaram evitar a entrada e houve atrito entre manifestantes e a polícia. Um policial ficou ferido e uma porta de vidro foi quebrada.
Os professores participariam de uma audiência pública intermediada pelo presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), e pela bancada do PT para discutir as reivindicações da categoria. Após a confusão, Capez recebeu uma comissão de professores.


Nenhum comentário:

Postar um comentário