sexta-feira, 24 de abril de 2015

Juro do cheque especial é o maior em quase 20 anos e do cartão vai a 345%


Juro do cheque somou 220% ao ano, maior desde dezembro de 1995.
Juro do cartão de crédito é maior da série, que começa em março de 2011.
Os juros do cheque especial subiram novamente em março deste ano e atingiram a marca de 220,4% ao ano, de acordo números divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central. Com isso, a taxa atingiu o maior patamar desde dezembro de 1995 – quando ficou em 242,2% ao ano – ou seja, em quase 20 anos.
Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 72,3 pontos percentuais nos últimos 15 meses.
Cartão de crédito
Segundo o BC, os juros do cartão de crédito rotativo, que incidem quando os clientes não pagam a totalidade de sua fatura, atingiram expressivos 345,8% ao ano em março – a mais alta de todas as modalidades de crédito. É o maior patamar desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.
'New York Times' e rentabilidade dos bancos brasileiros
Reportagem publicada no recentemente pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito em mais de 240% ao ano e de 100% cobrados pelos empréstimos bancários.
Economistas avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o uso do cheque especial e do cartão de crédito rotativo por conta das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras. Para eles, estas são linhas de crédito para momentos de extrema necessidade e devem ser utilizada por um período reduzido de tempo.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 104,5% ao ano em março, contra 108% ao ano em fevereiro. Nesse caso, houve uma queda de 3,5 pontos percentuais. O patamar de março é o menor desde dezembro do ano passado (101,9% ao ano).
Ainda segundo a autoridade monetária, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 26,8% ao ano em março - mesmo patamar de fevereiro. É a taxa mais alta desde abril de 2012 (27,5% ao ano). Mesmo assim, essa permanece sendo uma das linhas de crédito com menor taxa de juros do mercado.

Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 24,7% ao ano em março, contra 24,8% ao ano em fevereiro deste ano.

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