quarta-feira, 22 de abril de 2015

Trabalhadores da Mercedes-Benz entram em greve em São Bernardo


Paralisação é contra demissão de 500 funcionários que estavam em lay-off.
Empresa diz que 40% da fábrica está ociosa devido a queda nas vendas.
Funcionários da Mercedes-Benz entraram em greve nesta quarta-feira (22) por tempo indeterminado, em resposta à demissão de 500 dos 750 trabalhadores que estavam com os contratos suspensos até 30 de abril.
Muitos deles estavam afastados desde maio do ano passado e tiveram o chamado "lay-off" renovado em janeiro. Na ocasião, 244 funcionários já ficaram de fora. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tenta negociar com a fabricante desde então para manter os empregos, mas não houve acordo.
Na sexta-feira (17), a Mercedes-Benz divulgou comunicado informando o desligamento dos 500 funcionários em 4 de maio e a manutenção do programa de demissão voluntária (PDV) até o próximo dia 27. A montadora oferece pagamento de 9 salários, em média, para quem aderir ao plano.
Com cerca de 10,5 mil funcionários, a fábrica no ABC paulista produz ônibus e caminhões. A empresa diz que ainda há um excedente de 1.200 trabalhadores, além dos 750 que estão em lay-off.
"Diante de um cenário de ociosidade produtiva superior a 40% na fábrica de São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz precisa adotar novas medidas e soluções  mais definitivas para continuar a gerenciar o excedente de pessoas na fábrica", afirmou a fabricante em nota.

Conforme dados da associação de fabricantes (Anfavea), foram vendidos 19,3 mil caminhões no primeiro trimestre - uma baixa de 36% em relação ao mesmo período de 2014. A produção recuou 49%. Já os licenciamentos de ônibus recuaram 24,8% no primeiro trimestre. A produção acompanhou o declínio com 17,7%.

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