Torcedor
teria sido enrolado em bandeira e obrigado a presenciar as mortes.
Oito foram
mortos na quadra da torcida Pavilhão Nove, neste sábado (18).
A mãe de um
dos oito mortos na sede do Pavilhão Nove, uma das torcidas organizadas do
Corinthians, na noite deste sábado (18), contou ao AA que um dos sobreviventes
da chacina foi enrolado em uma bandeira do time e deixado vivo pelos
criminosos. "Disseram para ele que ele tinha sorte que as balas tinham
acabado e que ele ficou vivo para contar tudo", relata. Segundo ela,
outros rapazes que estavam no local conseguiram arrombar uma porta e fugir.
Ela esteve
no Instituto Médico Legal na manhã deste domingo (19) para fazer o
reconhecimento do corpo do filho, e disse que as vítimas foram espancadas antes
de morrer. "Deixaram o rosto e o braço dele todo machucado", afirmou.
Ela preferiu não ser identificada com medo de represálias.
Familiares e
amigos dos mortos estão na porta do Instituto Médico Legal de São Paulo (IML),
na Zona Oeste da cidade, à espera da liberação dos corpos.
Tráfico
A polícia
investiga se o crime foi motivado por questões ligadas ao tráfico de drogas.
Policiais do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
ouvidos pelo AA, descartam que as mortes tenham ligação com rixas entre
torcidas organizadas, apesar do jogo entre Corinthians e Palmeiras acontecer
nesta tarde.
As
testemunhas ouvidas pelo DHPP relataram que três homens chegaram armados ao
local e renderam o grupo, que preparava bandeiras para a partida deste domingo.
O DHPP acredita que houve uma execução, com base nos relatos e na forma como os
corpos foram encontrados, um ao lado do outro. Perto deles, havia cápsulas de
pistola 9 mm.
Erasmo
Carlos, cunhado de André Luiz de Oliveira, um dos mortos, pediu justiça. Ele
esteve no IML neste domingo. "A gente espera justiça. Isso passa direto na
televisão. Essa violência não pode ficar impune", defendeu.
Maria Enédna
de Abreu, amiga de parentes das vítimas, afirmou que os torcedores eram boas
pessoas. "Não dá pra entender o que aconteceu. Os meninos eram bons",
disse
Antecedentes
Todas as
vítimas eram maiores de idade e parte delas tem antecedentes criminais, segundo
o DHPP. São os casos de Ricardo Junior Leonel do Prado e André Luiz de
Oliveira, por tráfico, e Mydras Schmidt, por roubo. Este último era intérprete
do bloco de carnaval da torcida.
Entre os
mortos está também Fábio Neves, conhecido como "Du Memo", que é ex-presidente
da torcida e que foi um dos 12 torcedores presos na tragédia que marcou a
estreia do Corinthians na Copa Libertadores da América, em 2013, contra o San
José, da Bolívia. Na ocasião, o jovem torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán
Espada, de 14 anos, foi atingido por um sinalizador da torcida do Corinthians e
morreu.
O AA tentou
contato com representantes da torcida por telefone e no IML, mas eles não deram
declarações.
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