No ano,
porém, a moeda ainda tem valorização de mais de 11%.
O dólar
opera em alta nesta quinta-feira (30) e chegou a superar os R$ 3, acompanhando
a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e reagindo ao
resultado fiscal fraco do governo brasileiro em março.
Às 15h26, o
dólar operava em forte alta de 1,76%, a R$ 3,0086 na venda.
Especialistas
lembravam ainda que a briga pela formação da Ptax de abril – taxa calculada
pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais –
tende a injetar volatilidade no mercado.
As
principais moedas emergentes também perdiam terreno contra a divisa dos EUA,
pois a alta das taxas dos Treasuries diminuía a atratividade relativa de
investimentos em países como o Brasil. Segundo operadores, esse movimento era
causado por uma série de dados positivos sobre a maior economia do mundo,
incluindo uma queda dos pedidos de auxílio-desemprego ao menor nível desde
2000.
Investidores
têm buscado pistas sobre quando o Federal Reserve pretende começar a elevar os
juros norte-americanos. Na sessão passada, o crescimento econômico fraco dos
EUA no primeiro trimestre alimentou expectativas de que isso pode demorar mais
que o esperado para acontecer, mas os indicadores econômicos desta sessão
sugeriram que o mau desempenho pode não ter se estendido ao longo do ano.
"O Fed
tem que olhar para o futuro, e não para o passado", afirmou o economista
da 4Cast Pedro Tuesta.
No Brasil, a
postura mais defensiva dos investidores era corroborada pelo superávit primário
de R$ 239 milhões apurado pelo governo em março, bem abaixo dos R$ 5,15 bilhões
esperados por analistas. O mercado viu no número sinais de que os obstáculos
políticos ao ajuste fiscal promovido pelo governo podem atrasar ainda mais o
reequilíbrio das contas públicas, medida considerada essencial para resgatar a
credibilidade do país perante investidores.
A
intervenção do Banco Central no câmbio também concentra as atenções do mercado.
A autoridade monetária ainda não anunciou o início da rolagem dos swaps
cambiais que vencem em 1º de junho que e equivalem a uma posição vendida de
9,656 bilhões de dólares, após rolar quase integralmente o lote que vence em
maio.
"O
mercado está um pouco mais tranquilo, então talvez (o BC) espere um pouco para
ver se esse alívio dura ou role um pouco menos do que 100 por cento",
disse o operador de um importante banco nacional.
Na véspera,
a moeda norte-americana avançou 0,52%, negociada a R$ 2,9574 na venda, após
chegar a subir 0,80% na máxima da sessão e recuar 0,93% na mínima. O dolar
acumula queda de 7,2% no mês. No ano, porém, a moeda ainda tem valorização de
mais de 11%.
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