Mulher matou
o empresário Marcos Matsunaga em 2012.
Corpo foi
colocado em malas, que foram abandonadas em Cotia.
A polícia de
São Paulo reabriu a investigação sobre a morte do empresário Marcos Kitano
Matsunaga, herdeiro do grupo Yoki, para apurar se a mulher dele, Elize
Matsunaga, teve ajuda no assassinato do marido. A hipótese é que outra pessoa
possa ter colaborado na tentativa de ocultar o corpo do empresário em áreas de
Cotia, na Grande São Paulo.
Segundo o
Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a reabertura
do caso atende um pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo.
A suspeita é
que um caseiro que já tinha trabalhado para a família tenha ajudado Elize a se
livrar do corpo de Marcos. A denúncia foi feita pela própria mulher do caseiro,
depois de uma briga do casal. Elize confessou o crime na época, mas alegou ter
agido sozinha.
A Secretaria
da Segurança Pública informou que não daria mais informações para não
atrapalhar as investigações.
O caso
ocorreu em maio de 2012. A família denunciou o desaparecimento do empresário no
dia 21 daquele mês. Duas semanas depois, Elize foi presa e confessou ter matado
o marido com um tiro na cabeça, cortado o corpo, colocado em malas e jogado
partes na Estrada dos Pires, em Cotia.
Ela está na
penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, à espera da realização do
júri.
No ano
passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido para que ela fosse
colocada em liberdade, de acordo com o advogado dela, Luciano Santoro.
O recurso,
segundo o advogado, foi analisado por três desembargadores da 7ª câmara
criminal do TJ. “Eles entenderam por manter a prisão por se tratar de um caso
de clamor social, clamor público”, explicou Santoro, que alegava que ela não
oferece riscos à sociedade.
Laudo da
exumação
O laudo da
exumação do corpo de Marcos foi divulgado em 2013. Para a Promotoria, o exame
indica que Marcos foi morto com crueldade: ainda estaria vivo enquanto era
esquartejado. Os defensores da ré dão outra versão sobre o documento: ele
morreu logo após o disparo.
No
entendimento da acusação, Elize premeditou o crime, queria o dinheiro do seguro
de vida e da herança de Marcos, e atirou nele e o decapitou quando ele ainda
estava vivo. A defesa discorda, alega que Elize só atirou porque foi agredida
por Marcos quando descobriu que era traída pelo marido.
A exumação
no corpo de Marcos foi realizada no dia 12 de março de 2013 por determinação da
Justiça, após pedido feito pela defesa de Elize para uma nova perícia no
cadáver. Os advogados haviam solicitado o novo exame para a Polícia
Técnico-Científica determinar o momento exato da morte. Os defensores
contestavam o laudo anterior, do Instituto Médico-Legal (IML), que informava
que Marcos ainda estava vivo quando foi decapitado.
Esse
documento da exumação, no entanto, continua repleto de informações
contraditórias, que deixam dúvidas quanto ao instante em que o empresário foi
morto. Informou, por exemplo, que o executivo ficou inconsciente após o
disparo, mas não determinou se ele estava vivo durante o esquartejamento.
O laudo da
exumação tinha informado ainda que o avançado estado de putrefação do corpo
comprometeu avaliações de quesitos que apontariam se ele apresentava reações
vitais ao ser esquartejado. Apesar disso, exame microscópico realizado pelo
Núcleo de Anatomia Patológica do IML, anexado ao mesmo laudo, não encontrou
sinais vitais nas cinco amostras do cadáver analisadas.
Crime
Marcos
Matsunaga foi morto e esquartejado no dia 19 de maio de 2012, aos 42 anos. Ele
era sócio da empresa alimentícia Yoki. A filha do casal está sob a guarda dos
avós paternos. Desde que foi presa a ré não pôde ver a criança.
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