Qual a
sensação de poder tocar o seu filho pela primeira vez? E se esse ainda fosse um
sonho que demorou cinco anos para se tornar realidade? Multiplique toda essa
emoção por cinco.
O AA mostra
imagens exclusivas do primeiro encontro da mãe com os cinco bebês, e também do
parto, o momento mais esperado pela Karina e pelo Júnior. Eles estão juntos há
15 anos e não conseguiam ter filhos.
Na
segunda-feira (13), entraram para a história da medicina brasileira ao se
tornarem pais de quíntuplos. São cenas raríssimas. A chance de ter uma gravidez
dessas é de 1 em 40 milhões.
“É muito raro,
muito difícil. Realmente é uma gestação bastante atípica”, explica o médico
Antonio Del Roy.
O Fantástico
foi a única equipe de reportagem que acompanhou tudo, dos primeiros ultrassons
até agora, quando mãe e os cinco bebezinhos se recuperam.
Karina, de
35 anos, é encarregada de vendas. Júnior, de 36, está desempregado. A vida do
casal, que mora em Santos, no litoral paulista, começou a mudar em setembro de
2014.
Depois de
cinco anos sem conseguir engravidar, Karina procurou um médico especialista em reprodução
assistida. O endométrio dela, que é a membrana que reveste a parede do útero,
estava muito fino.
“Eu usei um
regulador hormonal para garantir o espessamento do endométrio e usei um indutor
de ovulação. Jamais esperava que viessem cinco”, diz Orlando de Castro Neto,
especialista em reprodução assistida.
Ou seja, não
houve inseminação artificial. Mas é claro que ninguém esperava tantas crianças
de uma vez. E pensa que o susto foi de uma vez só?
“No primeiro
ultrassom, chegando lá, o médico simplesmente disse que eu ia ser mãe de
trigêmeos”, lembra Karina.
Um mês
depois, veio o segundo ultrassom e, aí sim, a verdade apareceu: “Ele fala:
‘temos novidades. Não são três, são cinco’”, ela conta.
“Falei: ‘não
pode ser’. Comecei a debater com o médico, que eu não ia fazer mais ultrassom.
Ele: ‘Não. Vai ter que fazer. Agora mais ainda’. Falei: ‘não, não vou fazer.
Está aparecendo cada vez mais, eu não vou fazer’”, conta o pai.
“Ela só
falou assim: ‘eu queria tanto’. Na hora eu respondi para ela: ‘você queria
tanto ou tantos?’”, brinca Júnior.
E qual foi a
reação na hora de saber o sexo das crianças? “A menor preferência é vir cinco
mulheres porque depois já viu, né? Cinco de TPM em casa, seis com a mãe.
Ninguém aguenta, vou fugir se for assim. Se vier cinco meninas, a gente tenta
de novo”, disse o pai à época.
Por causa da
gravidez de alto risco, Karina teve que fazer consultas frequentes. E em
fevereiro, acendeu o alerta.
“Eu senti um
pouquinho de aguinha no ouvido. Aí, eu coloquei o dedo, estava sangrando”, ela
conta.
“Fosse uma
gestante, um nenezinho, provavelmente não seria nada. Mas uma gestante com
cinco dentro da barriguinha, não tem jeito”, avaliou o médico Otacílio San´tanna.
Karina teve
que ser internada. O hospital escolhido fica em São Paulo, a 80 quilômetros de
Santos.
Depois de 23
dias de internação, encontramos mais uma vez o casal.
“Todos bem,
todos com saúde. Batimentos cardíacos dentro da normalidade”, informou o médico
Rodrigo Rocha.
Mas surgiu
um imprevisto: uma das crianças, a menorzinha, estava com a circulação
sanguínea prejudicada. “Ela chegou mesmo ao limite máximo da nossa espera”,
avisou Raimundo Nunes.
Por isso, um
dia depois de entrar no sétimo mês de gravidez, chegou o momento do parto. “É o
grande dia hoje. O mais esperado de todos. Quando entrar na sala de parto, a
gente mantém a calma e dá tudo certo depois”, disse Karina.
Na manhã de
segunda-feira, 13 de abril de 2015, 34 profissionais prontos para o parto.
“Desenhamos
o melhor dos cenários, desenhamos o pior dos cenários. Houve treinamento para
isso. As pessoas se prepararam”, destaca médico Linus Pauling Fascina.
Karina ficou
o tempo todo consciente. Ela e o marido, de mãos dadas. Primeiro, nasceu o
menino. Depois, as quatro meninas. O médico mostrou cada uma para os pais, bem
rapidinho.
Os bebês
foram levados para berços especiais, com equipamentos que ajudam na respiração.
Os quíntuplos levaram três minutos para nascer.
As crianças
estão bem, apesar do pouco peso. O menino é o maior, tem 1 quilo 185 gramas. A
menorzinha pesa apenas 595 gramas.
“É esperado
que eles percam de 10% a 15% do peso de nascimento, perdem água. A a partir do
décimo dia pós-parto, eles recuperam esse peso de nascimento”, explica Lúcio
Flávio Lima, médico.
A mamãe
Karina ainda não pode amamentar. E o curioso nessa fase é a quantidade de
alimento que os profissionais da UTI neonatal dão a cada bebê, a cada três
horas. É medido na seringa: apenas 1 ml.
E como vão
chamar os bebezinhos? Eles foram registrados na sexta-feira (17): Arthur,
Melissa, Laís, Giulia e Gabriela.
Os cinco
ainda vão ficar no hospital por mais um tempinho. Mas o que não falta é gente
torcendo para que tudo dê certo.
“Eu sei que
eles estão em boas mãos. E eu vou ficar bem também. Nós vamos nos recuperar
muito bem. Logo, logo, a gente está em
casa fazendo festa”, diz Karina.
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