domingo, 19 de abril de 2015

imagens exclusivas do 1º encontro da mãe com quíntuplos


Qual a sensação de poder tocar o seu filho pela primeira vez? E se esse ainda fosse um sonho que demorou cinco anos para se tornar realidade? Multiplique toda essa emoção por cinco.
O AA mostra imagens exclusivas do primeiro encontro da mãe com os cinco bebês, e também do parto, o momento mais esperado pela Karina e pelo Júnior. Eles estão juntos há 15 anos e não conseguiam ter filhos.
Na segunda-feira (13), entraram para a história da medicina brasileira ao se tornarem pais de quíntuplos. São cenas raríssimas. A chance de ter uma gravidez dessas é de 1 em 40 milhões.
“É muito raro, muito difícil. Realmente é uma gestação bastante atípica”, explica o médico Antonio Del Roy.
O Fantástico foi a única equipe de reportagem que acompanhou tudo, dos primeiros ultrassons até agora, quando mãe e os cinco bebezinhos se recuperam.
Karina, de 35 anos, é encarregada de vendas. Júnior, de 36, está desempregado. A vida do casal, que mora em Santos, no litoral paulista, começou a mudar em setembro de 2014.
Depois de cinco anos sem conseguir engravidar, Karina procurou um médico especialista em reprodução assistida. O endométrio dela, que é a membrana que reveste a parede do útero, estava muito fino.
“Eu usei um regulador hormonal para garantir o espessamento do endométrio e usei um indutor de ovulação. Jamais esperava que viessem cinco”, diz Orlando de Castro Neto, especialista em reprodução assistida.
Ou seja, não houve inseminação artificial. Mas é claro que ninguém esperava tantas crianças de uma vez. E pensa que o susto foi de uma vez só?
“No primeiro ultrassom, chegando lá, o médico simplesmente disse que eu ia ser mãe de trigêmeos”, lembra Karina.
Um mês depois, veio o segundo ultrassom e, aí sim, a verdade apareceu: “Ele fala: ‘temos novidades. Não são três, são cinco’”, ela conta.
“Falei: ‘não pode ser’. Comecei a debater com o médico, que eu não ia fazer mais ultrassom. Ele: ‘Não. Vai ter que fazer. Agora mais ainda’. Falei: ‘não, não vou fazer. Está aparecendo cada vez mais, eu não vou fazer’”, conta o pai.
“Ela só falou assim: ‘eu queria tanto’. Na hora eu respondi para ela: ‘você queria tanto ou tantos?’”, brinca Júnior.
E qual foi a reação na hora de saber o sexo das crianças? “A menor preferência é vir cinco mulheres porque depois já viu, né? Cinco de TPM em casa, seis com a mãe. Ninguém aguenta, vou fugir se for assim. Se vier cinco meninas, a gente tenta de novo”, disse o pai à época.
Por causa da gravidez de alto risco, Karina teve que fazer consultas frequentes. E em fevereiro, acendeu o alerta.
“Eu senti um pouquinho de aguinha no ouvido. Aí, eu coloquei o dedo, estava sangrando”, ela conta.
“Fosse uma gestante, um nenezinho, provavelmente não seria nada. Mas uma gestante com cinco dentro da barriguinha, não tem jeito”, avaliou o médico Otacílio San´tanna.
Karina teve que ser internada. O hospital escolhido fica em São Paulo, a 80 quilômetros de Santos.
Depois de 23 dias de internação, encontramos mais uma vez o casal.
“Todos bem, todos com saúde. Batimentos cardíacos dentro da normalidade”, informou o médico Rodrigo Rocha.
Mas surgiu um imprevisto: uma das crianças, a menorzinha, estava com a circulação sanguínea prejudicada. “Ela chegou mesmo ao limite máximo da nossa espera”, avisou Raimundo Nunes.
Por isso, um dia depois de entrar no sétimo mês de gravidez, chegou o momento do parto. “É o grande dia hoje. O mais esperado de todos. Quando entrar na sala de parto, a gente mantém a calma e dá tudo certo depois”, disse Karina.
Na manhã de segunda-feira, 13 de abril de 2015, 34 profissionais prontos para o parto.
“Desenhamos o melhor dos cenários, desenhamos o pior dos cenários. Houve treinamento para isso. As pessoas se prepararam”, destaca médico Linus Pauling Fascina.
Karina ficou o tempo todo consciente. Ela e o marido, de mãos dadas. Primeiro, nasceu o menino. Depois, as quatro meninas. O médico mostrou cada uma para os pais, bem rapidinho.
Os bebês foram levados para berços especiais, com equipamentos que ajudam na respiração. Os quíntuplos levaram três minutos para nascer.
As crianças estão bem, apesar do pouco peso. O menino é o maior, tem 1 quilo 185 gramas. A menorzinha pesa apenas 595 gramas.
“É esperado que eles percam de 10% a 15% do peso de nascimento, perdem água. A a partir do décimo dia pós-parto, eles recuperam esse peso de nascimento”, explica Lúcio Flávio Lima, médico.
A mamãe Karina ainda não pode amamentar. E o curioso nessa fase é a quantidade de alimento que os profissionais da UTI neonatal dão a cada bebê, a cada três horas. É medido na seringa: apenas 1 ml.

E como vão chamar os bebezinhos? Eles foram registrados na sexta-feira (17): Arthur, Melissa, Laís, Giulia e Gabriela.
Os cinco ainda vão ficar no hospital por mais um tempinho. Mas o que não falta é gente torcendo para que tudo dê certo.

“Eu sei que eles estão em boas mãos. E eu vou ficar bem também. Nós vamos nos recuperar muito bem.  Logo, logo, a gente está em casa fazendo festa”, diz Karina.

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