A cunhada do
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Correa de Lima, que estava
foragida da polícia, se entregou na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba,
às 13h55 desta sexta-feira (17). Ela chegou acompanhada de um advogado e não
quis falar com a imprensa.
Segundo o
advogado Cláudio Pimentel, Marice voltou de um congresso no Panamá, onde estava
há dez dias. Ele disse que a viagem ao exterior ocorreu antes do pedido de
prisão temporária, feito na quarta-feira (15), quando foi deflagrada a 12ª fase
da Operação Lava Jato.
Nessa etapa,
Vaccari Neto foi preso na casa dele em São Paulo e já está na carceragem da PF.
Ele é suspeito de operar um esquema de propinas cobradas de empreiteiras que
fechavam contratos com a Petrobras.
O mandado de
prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogado pelo mesmo
período. A data passa a valer a partir da prisão. Durante a operação, a PF
também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marice e apreendeu
vários documentos.
As investigações
do Ministério Público Federal (MPF) apontam que Marice teria comprado um
apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empreiteira OAS por R$ 400 mil. O
mesmo imóvel teria sido vendido pela empresa por um valor menor. A OAS é uma
das investigadas na Lava Jato.
“Aparentemente
é uma operação típica de lavagem de dinheiro”, disse o procurador do MPF Carlos
Fernando dos Santos.
Entre os
fatos que chamam a atenção, ainda segundo o MPF, estão as "inconsistências
fiscais" de Marice. De acordo com despacho assinado pelo juiz Sérgio Moro,
ela não tinha "capacidade financeira" para suportar o aumento de
renda declarado.
O advogado
dela, entretanto, afirmou que a suspeita não terá problemas para explicar sua
movimentação financeira, já que tudo está declarado no Imposto de Renda.
"Não haverá dificuldade nenhuma para provar a inocência dela", disse.
A Operação
Lava Jato foi deflagrada pela PF em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. São apurados desvios da Petrobras e de outros órgãos públicos.
A 11ª fase
da operação foi deflagrada em 10 de abril e prendeu sete pessoas. Entre elas
três ex-deputados federais: André Vargas (sem partido), Luiz Argôlo (SDD-BA) e
Pedro Corrêa (PP-PE).
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