Oito pessoas
foram assassinadas na quadra da torcida organizada.
DHPP diz que
um dos assassinados tinha dívida por droga com ex-PM.
Um policial
militar e um ex-PM foram presos na manhã desta quinta-feira (7) em Carapicuíba
e Osasco, na Grande São Paulo, sob suspeita de participação na chacina na sede
da torcida Pavilhão Nove, do Corinthians, na Zona Norte da capital paulista,
segundo informou o Bom Dia São Paulo. Oito pessoas foram assassinadas no último
dia 18.
Segundo o
DHPP, a chacina ocorreu por dívidas de drogas. Um dos oito assassinados devia
dinheiro para o ex-PM Rodinei Silva, acusado de ser o mandante da chacina, que
já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas. O nome do policial não
foi divulgado.
O PM e o
ex-PM tiveram a prisão temporária decretada (15 dias, renováveis por mais 15) e
foram levados para a sede do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção
à Pessoa (DHPP). Há mais mandados de prisão contra outros suspeitos, inclusive
policiais.
De acordo
com o relato de dois dos cinco sobreviventes da chacina, os criminosos teriam
se identificado como "polícia" no momento em que chegaram à quadra,
por volta das 23h. Os criminosos estavam com o rosto descoberto. Em seguida,
mandaram oito torcedores se ajoelhar e atiraram nas cabeças deles.
A Polícia
chegou a informar que a ordem para executar os oito torcedores do Corinthians
partiu de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.
De janeiro a
março de 2015, 33 policiais foram expulsos da Polícia Militar por vários
motivos, não apenas por crimes, segundo a Secretaria da Segurança Pública
(SSP).
O governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta, durante visitas a obras da
LInha 5-Lilás, que o PM vai ser punido exemplarmente.
"A SSP
vai falar, mas eu quero destacar a importância do trabalho de investigação e da
corregedoria. Um já foi expulso da PM, o outro vai ser punido
exemplarmente", afirmou.
O Ministério
Público (MP) de São Paulo acompanha a investigação policial sobre a chacina. No
último dia 22, o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa,
determinou que os promotores do 5º Tribunal do Júri acompanhem os trabalhos da
Polícia Civil para esclarecer o crime ocorrido no sábado (18).
A Promotoria
poderá ter acesso ao inquérito do DHPP. Mas somente após sua conclusão do crime
por parte da polícia é que um dos promotores será designado para apurar o caso
na esfera judicial.
Mortos
Foram
assassinados: Ricardo Junior Leonel do Prado, de 34 anos, André Luiz Santos de
Oliveira, de 29 anos, Mateus Fonseca de Oliveira, de 19 anos, Fabio Neves
Domingos, de 34 anos, Jhonatan Fernando Garzillo, de 21 anos, Marco Antônio
Corassa Junior, de 19 anos, Mydras Schmidt, de 38 anos, e Jonathan Rodrigues do
Nascimento, de 21 anos.
Os
corintianos mortos preparavam bandeiras que seriam levadas para o jogo contra o
Palmeiras, no domingo (19), na Arena Corinthians, em Itaquera, Zona Leste.
Câmeras de segurança de um posto de combustível, que fica ao lado da quadra da
torcida, gravaram outras pessoas fugindo, escapando dos assassinos.
Para a
polícia, o alvo dos bandidos era um só: Fabio Domingos, ex-presidente da
torcida. Ele foi o único dos mortos a receber dois tiros. Os demais foram
atingidos por um disparo.
Fábio era um
dos 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, em 2013. Estava entre os
suspeitos de disparar um sinalizador que atingiu e matou o adolescente
boliviano Kevin Espada, torcedor do San José, num jogo contra o Corinthians
pela Libertadores.
Ainda de
acordo com a investigação, depois de ser solto, Fábio se envolveu numa briga
entre corintianos e vascaínos em Brasília.
Segundo os
policiais, Fábio e mais três outras vítimas também já haviam sido condenados
por tráfico de drogas, o que reforça a tese de que a chacina tenha relação com
disputa ou dívidas de entorpecentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário