Reajuste
salarial oferecido é de 5%; professores exigem 8,17%.
Greve de
professores da rede estadual completa 20 dias nesta quinta (14).
O Governo do
Paraná anunciou em uma nota oficial divulgada nesta quinta-feira (14) que o
reajuste salarial aos professores em greve na rede estadual de ensino do estado
será de 5% e será pago em duas parcelas. A nota diz ainda que as negociações
com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato)
estão encerradas. A última reunião com os professores foi na terça (12) e
terminou sem acordo.
Mesmo com o
anúncio, os professores afirmam que vão manter a greve, já que o percentual
oferecido é menor do que o reajuste exigido pela categoria – de 8,17%. Ainda
não há data definida para uma assembleia com toda a categoria sobre o rumo da
paralisação, conforme o sindicato.
"O
governador Beto Richa chegou ao fim do desrespeito com os trabalhadores e
principalmente com os professores e funcionários de escola. Ele está adotando
medidas que nós já vimos através de outros sindicatos de outros estados. Nós já
não temos professor para a sala de aula e o governo anuncia que vai fazer
contratos temporários. O governo anuncia punição de falta sendo que a greve é
um direito nosso. Nós entendemos que tudo isso é uma ditadura".
Além da
definição sobre o reajuste salarial, o governo anunciou o lançamento das faltas
dos professores e servidores em greve. *Confira abaixo a íntegra da nota do
governo.
A categoria
deflagrou greve em protesto contra o projeto de lei que alterou a gestão de
recursos da previdência estadual.
O texto, que
foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná e sancionado pelo governador
Beto Richa (PSDB), motivou um protesto realizado no dia 29 de abril. Na
ocasião, houve confronto entre os policiais militares e os manifestantes. A
Praça Nossa Senhora de Salete, em frente às sedes dos Três Poderes do Paraná,
se transformou em uma praça de guerra, com bombas, balas de borracha. Mais de
200 pessoas ficaram feridas.
Protestos
A greve
completa 20 dias nesta quinta-feira. Em Curitiba, o dia começou com mais
protestos da categoria, desta vez em frente à Receita Estadual e à Secretaria
da Fazenda. Cerca de 1,6 mil pessoas participam dos dois atos públicos, segundo
o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).
"Nós
temos um estudo financeiro do Estado do Paraná e queremos ser recebidos pelo
secretário da Fazenda Mauro Ricardo Costa. Queremos contrapor os estudos que
ele vem apresentando para a imprensa e temos um estudo preparado para
isso", acrescentou Marlei Fernandes de Carvalho.
Ainda pela
manhã, os manifestantes que estão concentrados em frente à Receita Estadual,
que fica na Rua Lourenço Pinto, seguirão em passeata até a sede da Secretaria
da Fazenda, localizada na Avenida Vicente Machado. À tarde, os servidores
pretendem acompanhar a votação da medida cautelar sobre a Previdência no
Tribunal de Contas.
Confira a
nota do governo na íntegra
O Governo do
Paraná anunciou hoje (14) o envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa
para o reajuste dos salários do funcionalismo público. O índice foi definido em
5%, a ser pago em duas parcelas, conforme a capacidade orçamentária e
financeira do Estado. O Governo também reconheceu o encerramento das negociações
com os sindicatos que representam servidores públicos. A última reunião
aconteceu na terça-feira.
As
paralisações de servidores da educação e das universidades estaduais foram
consideradas abusivas pela Justiça. Com base nisso, o Governo anunciou também o
registro de faltas dos grevistas para o correspondente desconto nos salários e
a abertura de novo Processo Seletivo Simplificado (PSS), para a contratação de
professores temporários.
O Governo
ainda autorizou a Secretaria da Educação a abrir processos para apurar casos de
insubordinação de diretores que, durante a greve, mantiveram as escolas
fechadas ou dificultaram o acesso de estudantes e professores. Os processos
podem levar à definição de penalidades aos diretores que comprovadamente se
omitiram ou atuaram contra o interesse da comunidade.
Além da
definição sobre o índice de correção salarial, o Estado confirmou a atualização
de benefícios que estão em atraso ou programados para este ano. Serão gastos R$
260 milhões até o final do ano para regularizar todas as pendências com o
funcionalismo, como a implantação de promoções e progressões de carreira. Uma
parcela de R$ 16 milhões já está prevista para ser quitada neste mês de maio.
Segundo o
chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, essas decisões levam em conta os limites
da lei de responsabilidade fiscal e a disponibilidade financeira do Estado.
"Estamos fazendo um esforço extraordinário para garantir esse índice de
reajuste, num momento em que a economia dá sinais concretos de recessão e
aumento do desemprego", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário