Preço é
citado como principal vantagem, e a qualidade, como desvantagem.
Brasileiros
optariam por produtos legais se eles fossem mais baratos.
Uma em cada
três pessoas disse já ter comprado mercadoria proveniente de contrabando,
segundo pesquisa Datafolha realizada em 143 municípios de todo o país. As
justificativas estão ligadas ao custo menor, ainda que as desvantagens sejam
reconhecidas pela população, principalmente nos quesitos qualidade, garantia e
falta de procedência confiável.
Por isso, 9
entre cada 10 brasileiros acreditam que se os preços dos produtos brasileiros
fossem mais baixos, os consumidores deixariam de consumir produtos de origem
ilegal.
Consultados
sobre prós e contras dos produtos contrabandeados, os brasileiros apontaram,
espontaneamente, o preço como principal vantagem, e a qualidade, como maior
desvantagem. Para 53%, o preço mais barato se destaca como principal vantagem
dos produtos contrabandeados. A segunda vantagem mais citada, por 9%, é o fato
de o produto não pagar imposto. Em seguida aparecem a facilidade de adquirir o
produto em qualquer lugar (3%), o lucro obtido pelos vendedores (3%) e a
qualidade superior (2%). Uma parte significativa da população (37%) disse não
ver nenhuma vantagem nos produtos contrabandeados.
Em relação
às desvantagens, a qualidade foi citada por 43%, seguida por falta de garantia
(33%), o fato de ser ilegal (18%), sonegação de impostos (8%), prejuízos à
economia do país (6%), falta de confiança na procedência (3%) e preço (1%).
A maioria
dos entrevistados concorda que os produtos contrabandeados são mais baratos
porque não pagam os impostos devidos (89%), porque eles não precisam se
submeter às normas da fiscalização brasileira (87%) e porque são feitos com
material de qualidade inferior (77%).
A ampla
maioria dos brasileiros (92%) acredita que, se o preço dos produtos vendidos
legalmente no Brasil fosse mais baixo, os brasileiros deixariam de comprar produtos
contrabandeados.
Uma parcela
de 60% da população não sabe reconhecer produtos contrabandeados. Entre os que
nunca compraram esse tipo de produto, a fatia dos que não os diferenciam dos
demais chega a 68%, e cai para 45% entre os que já compraram.
Combate
Informados
de que Foz do Iguaçu é a porta de entrada da maior parte dos produtos
contrabandeados que chegam ao Brasil, os entrevistados tiveram como opções como
responsáveis por esse problema o governo federal, o governo do Paraguai, os
consumidores brasileiros e o governo do Paraná. O governo federal é considerado
o responsável por 48%, e 28% consideram os consumidores brasileiros o maior
responsável. O governo do Paraguai é apontado por 17%, e o governo do Paraná,
por 6%.
A visão
sobre a ação do governo federal em relação ao contrabando é negativa entre a
população. Apenas 5% consideram o trabalho feito contra a entrada de produtos
contrabandeados muito eficiente, e os demais se dividem entre aqueles que o
consideram um pouco eficiente (50%) ou nada eficiente (40%).
A eficiência
de algumas medidas de combate ao contrabando também foram avaliadas, e todas
foram consideradas altamente eficientes por pelo menos metade dos brasileiros.
O reforço no policiamento das fronteiras e a adoção de penas mais duras para o
crime de contrabando são vistas como muito eficientes por 61%, índice mais alto
dentre as alternativas analisadas. Em seguida aparecem o bloqueio total das
fronteiras pela Polícia Federal (53%) e programas de incentivo ao emprego nos
dois lados da fronteira (53%), e em nível próximo, a criação de um Centro de
Inteligência Brasil-Paraguai (48%).
A medida
considerada mais eficiente é o reforço no policiamento de fronteiras, indicado
por 37%. Em seguida aparece o endurecimento das penas para o crime de
contrabando (23%), um programa de incentivo à geração de empregos nos dois
lados da fronteira (17%), a criação de um Centro de Inteligência
Brasil-Paraguai (11%) e fechamentos pontuais na fronteira para o comércio (9%).
Para 86%,
produtos contrabandeados incentivam o crime organizado e o tráfico de drogas.
Para 94%, eles prejudicam o comércio e a indústria do Brasil, e para 91%,
trazem prejuízo para o país. Para 93%, é crime vender produtos contrabandeados,
e para 88%, é crime comprar.
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