Acidente em
São Conrado teve 4 feridos; alemão está em estado grave.
Vazamento de
gás é principal suspeita de ter causado acidente, diz Motta.
O
subsecretário da Defesa Civil, Márcio Motta, afirmou após uma avaliação no
prédio atingido por uma explosão em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na manhã
desta segunda-feira (18), que a principal causa apontada para o acidente foi um
vazamento de gás. Segundo Motta, o peso extra causado pelas lajes destruídas
precisa ser retirado, pois o edifício não foi projeto para esta carga.
"A laje
do décimo caiu sobre a laje do nono, estando tudo apoiado sobre a laje do
oitavo andar. O trabalho agora será retirar esse sobrepeso, porque as lajes não
foram projetadas para suportar todo esse peso. Os agentes da prefeitura, da
Comlurb vão começar a fazer a limpeza", disse Motta.
Vários
apartamentos foram danificados e quatro pessoas ficaram feridas — uma foi
encaminhada para o hospital e três
atendidas no
local pelos bombeiros.
Estado grave
A vítima
encaminhada ao hospital foi o alemão Markos B. Maria Muller, de 51 anos,
morador do apartamento onde aconteceu a explosão, que foi encaminhado para o
Hospital Miguel Couto, no Leblon. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele
foi operado e seu estaddo de saúde é grave.
Cenário de
guerra
O edifício
tem 19 andares e 72 apartamentos. A área foi isolada e bombeiros dos quartéis
da Gávea e de Copacabana trabalhavam no local durante todo o dia. Pedaços de
concreto, de janelas e madeiras ficaram espalhados até por edifícios vizinhos.
Segundo
Motta, o prédio foi evacuado para a segurança dos moradores. Eles desceram com
documentos, pertences mais importantes e animais de estimação. De acordo com a
Defesa Civil, a explosão teria ocorrido no 10º andar. O síndico afirmou que as
vistorias e os laudos do prédio estão em dia.
Uma base foi
montada no prédio ao lado para receber os moradores do edifício atingido pela
explosão. O local será usado para passar as informações dos trabalhos dos
bombeiros e da Defesa Civil.
Ainda de
acordo com o síndico, Jorge Alexandre Oliveira, o prédio é todo segurado e,
portanto, os moradores e o condomínio serão ressarcidos do prejuízo. Moradores
estão indo, por conta própria, para casa de parentes e amigos até que possam
voltar a suas casas.
Posição da
Ceg
A Ceg
informou que equipes estão à disposição no local colaborando com o Corpo de
Bombeiros e com a Defesa Civil. As causas do acidente estavam sendo investigadas
às 13h e só poderão ser esclarecidas após as conclusões periciais. A companhia
informou que o condomínio é abastecido por gás canalizado e não consta nenhum
registro de solicitação de verificação do apartamento 1001.
Segundo
Rogério Salomão, vice-presidente do CREA, a auto-vistoria estrutural do prédio
atingido estava em dia. Já a vistoria de instalações, que incluiria as
tubulações de gás, ainda não foi feita, mas aindã não há obrigação do prédio
fazer o procedimento, já que ele ainda não foi regulamentado.
Moradores
assustados
"Foi
muito assustador, você não entendia o que estava acontecendo. Você ouvia a
explosão, mas o barulho não terminava. Eu fui ao meu banheiro, um cheiro de
queimado, os vidros da janela do banheiro todos quebrados. O meu play está todo
acabado. Eu só falei: 'Amor, pega a nossa filha e sai para a escada'",
relatou o ator ao Bom Dia Rio.
Segundo uma
moradora do prédio vizinho, Mariana Ruopp, a explosão foi muito forte e os
moradores acordaram assustados. "Foi muito alto, o prédio é perto do meu.
O meu apartamento ficou com as portas empenadas".
Outra
moradora do prédio vizinho, Eleonora Martins, afirmou que o barulho foi
ensurdecedor. Ela contou também que algumas janelas da sua casa foram quebradas
por causa da explosão. O barulho foi tão forte que os moradores da Rocinha,
comunidade vizinha ao prédio, também relataram o estouro nas redes sociais.
A estudante
Renata Gonçalves, que mora no prédio onde houve a explosão, contou que estava
no quarto, dormindo e acordou assustada com os vidros da janela caindo em cima
dela.
“Não sei
como não me feri. Meu quarto está todo destruído. Saí, peguei meu chinelo.
Começaram a falar que era para descer na hora. Um vizinho bateu na porta
falando para pegar as coisas mais importantes e descemos. Não sabia o que era
mais importante, entrei em desespero e desci de camisola mesmo. Peguei minha
bolsa, com meus documentos, celular e carregador e desci correndo, disse a
estudante.
Espantada
com tamanha destruição por todos os andares do edifício, ela chegou a pensar
que poderia ser a obra do metrô que acontece em frente ao prédio e temeu que o
prédio estivesse caindo: “Foi desesperador”, afirmou.
De acordo
com José Alencar, que mora no 17º andar, diversos apartamentos foram
danificados. "Foi horrível, um cenário de guerra. Fui pegar o elevador e o
havia caído. Cheguei no 10º andar e não tem 10º andar e você começa a entrar em
pânico. Enfim, cenário de guerra. Eu não
sei nem como está a garagem, mas a portaria está destruída. O meu maior temor é
sobre a estrutura do prédio. Na hora que deu a explosão, ele [o prédio] não só
abalou como ele deu uma recuada para baixo. Tem que fazer um parecer para saber se vamos voltar ou não voltar.
Temos que saber se esse bicho vai sair ou não", disse José Alencar.
O prefeito
Eduardo Paes foi para o prédio atingido pela explosão para acompanhar os
trabalhos do Corpo de Bombeiros. De acordo com as primeiras informações, Paes
confirmou a chance da explosão ter sido provocada por um vazamento de gás.
"Isso tem que ser investigado e apurado", afirmou.
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