segunda-feira, 18 de maio de 2015

Laje não foi projetada para peso extra, diz Defesa Civil sobre prédio no Rio


Acidente em São Conrado teve 4 feridos; alemão está em estado grave.
Vazamento de gás é principal suspeita de ter causado acidente, diz Motta.
O subsecretário da Defesa Civil, Márcio Motta, afirmou após uma avaliação no prédio atingido por uma explosão em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na manhã desta segunda-feira (18), que a principal causa apontada para o acidente foi um vazamento de gás. Segundo Motta, o peso extra causado pelas lajes destruídas precisa ser retirado, pois o edifício não foi projeto para esta carga.
"A laje do décimo caiu sobre a laje do nono, estando tudo apoiado sobre a laje do oitavo andar. O trabalho agora será retirar esse sobrepeso, porque as lajes não foram projetadas para suportar todo esse peso. Os agentes da prefeitura, da Comlurb vão começar a fazer a limpeza", disse Motta.
Vários apartamentos foram danificados e quatro pessoas ficaram feridas — uma foi encaminhada para o hospital e três
atendidas no local pelos bombeiros.
Estado grave
A vítima encaminhada ao hospital foi o alemão Markos B. Maria Muller, de 51 anos, morador do apartamento onde aconteceu a explosão, que foi encaminhado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele foi operado e seu estaddo de saúde é grave.
Cenário de guerra
O edifício tem 19 andares e 72 apartamentos. A área foi isolada e bombeiros dos quartéis da Gávea e de Copacabana trabalhavam no local durante todo o dia. Pedaços de concreto, de janelas e madeiras ficaram espalhados até por edifícios vizinhos.
Segundo Motta, o prédio foi evacuado para a segurança dos moradores. Eles desceram com documentos, pertences mais importantes e animais de estimação. De acordo com a Defesa Civil, a explosão teria ocorrido no 10º andar. O síndico afirmou que as vistorias e os laudos do prédio estão em dia.
Uma base foi montada no prédio ao lado para receber os moradores do edifício atingido pela explosão. O local será usado para passar as informações dos trabalhos dos bombeiros e da Defesa Civil.
Ainda de acordo com o síndico, Jorge Alexandre Oliveira, o prédio é todo segurado e, portanto, os moradores e o condomínio serão ressarcidos do prejuízo. Moradores estão indo, por conta própria, para casa de parentes e amigos até que possam voltar a suas casas.
Posição da Ceg
A Ceg informou que equipes estão à disposição no local colaborando com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil. As causas do acidente estavam sendo investigadas às 13h e só poderão ser esclarecidas após as conclusões periciais. A companhia informou que o condomínio é abastecido por gás canalizado e não consta nenhum registro de solicitação de verificação do apartamento 1001.
Segundo Rogério Salomão, vice-presidente do CREA, a auto-vistoria estrutural do prédio atingido estava em dia. Já a vistoria de instalações, que incluiria as tubulações de gás, ainda não foi feita, mas aindã não há obrigação do prédio fazer o procedimento, já que ele ainda não foi regulamentado.
Moradores assustados
"Foi muito assustador, você não entendia o que estava acontecendo. Você ouvia a explosão, mas o barulho não terminava. Eu fui ao meu banheiro, um cheiro de queimado, os vidros da janela do banheiro todos quebrados. O meu play está todo acabado. Eu só falei: 'Amor, pega a nossa filha e sai para a escada'", relatou o ator ao Bom Dia Rio.

Segundo uma moradora do prédio vizinho, Mariana Ruopp, a explosão foi muito forte e os moradores acordaram assustados. "Foi muito alto, o prédio é perto do meu. O meu apartamento ficou com as portas empenadas".
Outra moradora do prédio vizinho, Eleonora Martins, afirmou que o barulho foi ensurdecedor. Ela contou também que algumas janelas da sua casa foram quebradas por causa da explosão. O barulho foi tão forte que os moradores da Rocinha, comunidade vizinha ao prédio, também relataram o estouro nas redes sociais.

A estudante Renata Gonçalves, que mora no prédio onde houve a explosão, contou que estava no quarto, dormindo e acordou assustada com os vidros da janela caindo em cima dela.
“Não sei como não me feri. Meu quarto está todo destruído. Saí, peguei meu chinelo. Começaram a falar que era para descer na hora. Um vizinho bateu na porta falando para pegar as coisas mais importantes e descemos. Não sabia o que era mais importante, entrei em desespero e desci de camisola mesmo. Peguei minha bolsa, com meus documentos, celular e carregador e desci correndo, disse a estudante.
Espantada com tamanha destruição por todos os andares do edifício, ela chegou a pensar que poderia ser a obra do metrô que acontece em frente ao prédio e temeu que o prédio estivesse caindo: “Foi desesperador”, afirmou.

De acordo com José Alencar, que mora no 17º andar, diversos apartamentos foram danificados. "Foi horrível, um cenário de guerra. Fui pegar o elevador e o havia caído. Cheguei no 10º andar e não tem 10º andar e você começa a entrar em pânico.  Enfim, cenário de guerra. Eu não sei nem como está a garagem, mas a portaria está destruída. O meu maior temor é sobre a estrutura do prédio. Na hora que deu a explosão, ele [o prédio] não só abalou como ele deu uma recuada para baixo. Tem que fazer um parecer  para saber se vamos voltar ou não voltar. Temos que saber se esse bicho vai sair ou não", disse José Alencar.
O prefeito Eduardo Paes foi para o prédio atingido pela explosão para acompanhar os trabalhos do Corpo de Bombeiros. De acordo com as primeiras informações, Paes confirmou a chance da explosão ter sido provocada por um vazamento de gás. "Isso tem que ser investigado e apurado", afirmou.


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