quinta-feira, 28 de maio de 2015

Homem que recebeu rosto em transplante encontra irmã do doador


Primeiro contato dos dois será mostrado por TV australiana no domingo.
Operação de Richard Norris teve grande repercussão mundial.
O canal australiano Nine vai exibir no domingo (31) o primeiro encontro da irmã do jovem Joshua Aversano, de 21 anos, morto por atropelamento, com Richard Norris, o homem que recebeu o rosto do rapaz num arriscado transplante.
Richard passou em 2012, aos 32 anos, por um transplante de face considerado um dos mais extensos já feitos. O americano havia destruído seu rosto num acidente com uma arma de fogo, em 1997. A emissora australiana realizou o encontro para que Norris pudesse agradecer à família Aversano por terem doado o rosto de Joshua. Eles já se falavam à distância, mas não haviam se encontrao fisicamente.
A TV, por enquanto, divulgou apenas alguns segundos de imagens, incluindo um instante em que a irmã Rebekah passa a mão no rosto de Richard, que originalmente é de Joshua.
Richard atirou acidentalmente contra seu rosto, e até a cirurgia vivia recluso. Durante o período, ele enfrentou a crueldade de estranhos, lutou contra o vício em remédios e até pensou em suicídio. Depois da cirurgia, e com uma recuperação considerada exemplar pelos médicos, ele disse em entrevista à agência AP, em 2013, que, se pudesse voltar no tempo, talvez não apagaria o episódio de sua vida.
“Os mais de 10 anos de horror que vivi me deram um grande conhecimento”, disse Norris à AP, em sua segunda entrevista após o transplante. “Isso colocou algumas das melhores pessoas que conheço na minha vida”.
Depois do acidente, Richard ficou sem dentes, nariz e partes de sua língua. Ele podia falar e identificar sabores, mas perdeu o olfato. Quando saía em público, normalmente à noite, se escondia com uma máscara.
Ele passou por dezenas de cirurgias para tentar recuperar sua face, mas seu corpo chegou a um limite. Foi quando um de seus médicos sugeriu um transplante de rosto.
O medico Eduardo Rodriguez, que liderou a equipe que fez o transplante, já vinha trabalhando na área há algum tempo. O time explicou todos os riscos, como a rejeição dos tecidos, para todos os familiares. A mãe de Richard, Sandra, lembra do risco de 50% de seu filho morrer durante a cirurgia.


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