‘O Brasil
está começando a mudar com o ajuste fiscal’, afirmou em SC.
De manhã,
ele fez palestra na capital e à tarde visita empresas em Joinville.
O ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou neste sábado (16) que é preciso ter
disciplina orçamentária, para tentar retornar ao nível de 2013. Um ano
considerado bom para o desempenho econômico e também no controle dos gastos do
governo.
"É um
exercício de disciplina, mas 2014 foi um ano que foi um pouco além do que a
gente consegue sustentar. 2013 foi um ano bom, até certo ponto expansionista,
então é uma boa linha de referência".
Levy está em
Santa Catarina neste sábado. Pela manhã, ele fez uma palestra em Florianópolis
e, à tarde, visita empresas em Joinville, no Norte do estado.
Conforme o
ministro, o governo vem estudando maneiras de simplificar a cobrança dos
impostos no Brasil, como ICMS e Confins, para facilitar a vida dos empresários.
“No Brasil tem que se diminuir a complexidade da cobrança dos impostos, ajudar
as empresas a crescerem”.
Mais cedo, o
ministro também disse que o “Brasil tem que mudar e está começando a mudar com
o ajuste fiscal”. Ele destacou que o esforço é reduzir custos nas áreas onde é
possível cortar. "Eu continuo achando que o mais importante é a gente ter
uma linha de base. É o que a gente vai gastar". Ele reconhece ainda:
"nós sabemos que a receita é muito menor do que o Congresso manteve no
orçamento [para 2015]".
De acordo
com o ministro, não há mais espaço para despesas. A criação de novos gastos irá
refletir em novos impostos, conforme Levy. Além disso, com a derrota do governo
em alguns pontos na votação do ajuste fiscal pela Câmara dos Deputados - que
não aprovou o endurecimento das regras para a concessão do auxílio-doença e
mudou o cálculo da aposentadoria -, o ministro afirma que deve ser necessário
fazer o governo diminuir ainda mais os gastos.
“Acho que é
muito claro, que a alternativa seria de aumentar impostos. Toda vez que se cria
um gasto novo, obviamente, está se contratando novos impostos, por isso, é
muito importante na hora em que as coisas são votadas de não se criar novos
gastos, porque vai implicar em novos impostos”, ressaltou.
Ajuste
financeiro
Levy afirmou
que o país passa por um momento de ajuste, o qual vem acompanhado de uma
transformação da economia em nível global. “Em alguns lugares a gente está
tentando se encontrar, em outros, a gente ainda está tentando achar um caminho,
então é um momento que o mundo todo está mudando”.
No caso do
Brasil, ele afirmou que o ajuste fiscal deve começar esta mudança no panorama
econômico atual. “É muito importante a gente ter as contas em dia, mas além
disso é um Brasil que vai mudar pelas próprias forças da economia”, disse.
A expectativa
do governo federal, segundo o ministro, é aumentar as exportações e garantir
mais competitividade à indústria e
retomar a geração de emprego em todo o Brasil. Para isso, Levy afirma
ser necessário conseguir ter a aprovação
do projeto fiscal completo, “isso inclui também a votação no Congresso”,
enfatizou.
Levy também
ressaltou a necessidade de “evitar novos riscos fiscais, novos aumentos de
despesas, principalmente as permanentes, que podem ter efeitos de médio e longo
prazo”, além de resgatar a confiança do setor privado.
“A partir
daí, outras medidas, [como] o plano de infraestrutura que será anunciado
brevemente, e fazer o setor privado ter o conforto para tomar novos riscos e
novas decisões. Se isso ocorrer, eu acho que 2016 pode ser um ano muito
interessante”, analisou.
Ainda
conforme o ministro, são três linhas que o governo tem adotado para melhorar a
economia, todas ligadas ao ajuste fiscal:
“estabilidade e fortaleza fiscal, preços relativos alinhados - preço
realista é essencial para que as pessoas tomem a decisão certa – e a agenda
além do ajuste”, finalizou.
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