Decisão do
juiz federal Sergio Moro é desta terça-feira (26).
Condenação é
por lavagem de dinheiro referente a um apartamento no RJ.
O ex-diretor
da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado a cinco anos de
prisão – em regime, inicialmente, fechado –
pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão do juiz federal Sergio
Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, é da
tarde desta terça-feira (26). Esta é a primeira condenação de Cerveró, que
também é réu em mais uma ação penal e já está preso em Curitiba.
Segundo a
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Nestor Cerveró adquiriu um
apartamento de luxo no Rio de Janeiro com dinheiro que recebeu como propina na
Petrobras. O valor foi enviado ao exterior por meio de empresas offshores
localizadas no Uruguai e na Suíça.
Os
procuradores do MPF afirmam na denúncia que, apesar de estar registrada em nome
de terceiros, a offshore era de propriedade de Cerveró.
O advogado
uruguaio Oscar Algorta também era réu neste mesmo processo criminal, sendo
acusado de ter lavado parte do dinheiro desviado comprando o apartamento em
nome da offshore uruguaia Jolmey, com o objetivo de tentar ocultar que o
ex-diretor da área internacional era o verdadeiro dono do imóvel. Porém, como
Algorta reside no exterior, a ação contra ele foi desmembrada deste processo.
Cerveró foi
preso em janeiro ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão),
no Rio de Janeiro. Desde então, está detido na carceragem da superintendência
da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
Em
fevereiro, quando o juiz aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, o
advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou as denúncias contra o cliente dele.
"Nestor
Cerveró nega veementemente essas acusações. A denúncia é inepta e não aponta
nenhum crime cometido por Nestor, e ainda cria um tipo penal inédito, que é a
formação de quadrilha por duas pessoas. A denúncia não pode prosperar, e, se os
fatos que estão dispostos fossem verdadeiros, jamais poderiam ser julgados pela
Justiça do Paraná”, enfatizou o advogado à época.
Outro
processo
Cerveró
passou a ser réu na Lava Jato em dezembro do ano passado juntamente com
Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos
operadores do esquema de corrupção na estatal; e Júlio Camargo, executivo da
Toyo Setal.
Eles são
acusados de participação em crimes como corrupção contra o sistema financeiro
nacional e lavagem de capital entre 2006 e 2012, conforme a denúncia. Além
deles, o doleiro Alberto Youssef também virou réu nesta ação penal.
De acordo
com o MPF, Fernando Baiano e Nestor Cerveró são suspeitos de receber US$ 40
milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de
navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México.
Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, ainda segundo a
denúncia.
Nestor
Cerveró e Fernando Baiano respodem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além destes crimes, Júlio Camargo responderá por evasão fraudulenta de divisas
e fraudes em contratos de câmbio. Nesta ação, Youssef responde apenas por
lavagem de dinheiro.
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