Havana deve
sair da lista dos EUA de patrocinadores de terrorismo.
Quando isso
ocorrer, embaixadores podem ser designados, segundo cubano.
O presidente
cubano, Raúl Castro, afirmou nesta terça-feira (12) que o diálogo com os
Estados Unidos vai bem, razão pela qual os dois países poderão designar
embaixadores entre si depois que Washington retirar Cuba da lista de
patrocinadores do terrorismo, em 29 de maio.
"Em 45
dias, completados no dia 29 de maio, será levantada (...) esta acusação e
poderemos ter, nomear os embaixadores", destacou Castro, em alusão ao prazo
legal que deve ser cumprido nos Estados Unidos para eliminar Cuba desta lista,
como informa a agência AFP.
"Vai
bem a coisa (com os EUA), claro que ao nosso ritmo, que muitos questionam e
criticam que estamos muito lentos. E para que temos que correr, para cometer
erros?", disse Castro a jornalistas, ao ser perguntado sobre o andamento
das conversas bilaterais para o restabelecimento de vínculos diplomáticos, segundo
nota da agência espanhola EFE.
"Estendemos
relações, mas normalizar relações já é outra coisa", acrescentou o líder
cubano, insistindo que, para chegar à fase de normalização, "é preciso
eliminar o bloqueio completo, e a base de Guantánamo deve ser devolvida".
Lista do
terrorismo
O presidente
Barack Obama decidiu iniciar formalmente o processo para tirar Cuba da lista de
países patrocinadores de terrorismo no mês passado. Ele enviou ao Congresso
norte-americano um informe em que ressaltou sua "intenção de remover"
Cuba dessa relação.
Em uma breve
carta de apenas quatro parágrafos, Obama disse ao Congresso que poderia provar
que "o governo de Cuba não proporcionou apoio ao terrorismo internacional
nos últimos seis meses".
Além disso,
o presidente indicou na carta que "o governo de Cuba deu garantias de que
não vai apoiar atos de terrorismo internacional no futuro."
O Congresso
norte-americano tem um período de 45 dias (contando a partir de 14 de abril)
para decidir se vai bloquear a medida. Para impedir a retirada de Cuba da
lista, senadores e representantes teriam de criar uma lei à prova de veto
declarando que Cuba continua uma nação patrocinadora de terrorismo. Segundo a
rede ABC News, é improvável que haja votos para que isso ocorra.
Treinamento
de dissidentes
As
declarações de Castro à imprensa foram dadas no aeroporto internacional de
Havana, onde ele se despediu do presidente da França, François Hollande, que
nesta segunda (11) fez uma histórica visita oficial à ilha.
Sobre a
abertura de embaixadas em Washington e Havana, o chefe de Estado cubano lembrou
que há detalhes pendentes e que foi o governo de Ronald Reagan que impôs
limites ao deslocamento dos funcionários do governo cubano à capital americana
e a Nova York.
Castro disse
que se preocupa com o treinamento "ilegal" para dissidentes na missão
diplomática dos Estados Unidos em Havana, uma questão abordada com Obama, nas
conversas sobre a restauração dos laços diplomáticos. "O que eu disse a
eles (EUA), concretamente ao presidente, o que mais me preocupa é que eles
continuam fazendo coisas ilegais... por exemplo, graduando jornalistas
independentes", afirmou, segundo nota da agência Reuters.
"Eles
dão não sei quantas aulas para eles, por telas, em teleconferência dos Estados
Unidos. Não sei se eles entregam um diploma e, é claro, eles fazem o pagamento
mensal correspondente", acrescentou Raúl.
As
embaixadas existentes atualmente em Havana e Washington foram rebaixadas para
seções de interesse e serão novamente certificadas como embaixadas, quando os
laços diplomáticos forem restabelecidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário