Com o
medicamento, Mariana Vargas Bascyzn não tem convulsões há dias.
Família
lutou na Justiça para garantir direito de receber o remédio.
A família de
uma menina de nove anos que ganhou na Justiça o direito de receber um remédio
de uso restrito comemora as mudanças na rotina através do uso do medicamento.
Diagnosticada com Síndrome do Córtex Duplo, Mariana Vargas Bascyzn está tomando
canabidiol, substância extraída da maconha, e já consegue até ir à escola, como
mostra a reportagem do Jornal do Almoço.
A criança,
que sofre de crises epilépticas, chegou a ter 36 convulsões por dia. Porém,
diante da mobilização de amigos e familiares, foram compradas algumas injeções.
Há mais de 20 dias, ela não sofre com os transtornos da doença.
A família
ainda aguarda, porém, a ajuda do governo estadual. O dinheiro para a medicação
já está garantido. Mas o medicamento é importado, e as farmácias internacionais
precisam passar um orçamento, que ainda não veio. Além disso, o pagamento é
feito em dólar e o valor pode mudar de um dia para o outro, de acordo com o
câmbio. São detalhes que acabam dificultando a compra com o dinheiro público.
"O avô
dela comprou o canabidiol. Compramos quatro seringas, com a ajuda de
amigos", conta a avó, Terezinha Silva Vargas. "Está há 22 dias sem
convulsões. O doutor ficou admirado, nem dá para acreditar", completa.
"Hoje
tem prova [na escola]", comemora a menina.
Mariana
ainda tem a fala prejudicada, mas, segundo a avó, é por conta de outros
remédios. Na escola, ela recebe a ajuda de amigas para estudar.
"Eu que
ajudo a Mari", grita entusiasmada uma criança.
Os
funcionários também comemoram o retorno de Mariana. A professora Anelise Silva
acredita que a presença dela em sala de aula melhora o ambiente escolar.
"É a convivência com ela, a força que ela traz para todo mundo. Fiquei
bastante feliz com a sua volta. Ela me disse que tinha que ser forte, que tinha
que ir até o fim", relembra Anelise, emocionada.
Muita
polêmica envolveu a entrada do canabidiol no país. Entretanto, especialistas
confirmam que, se utilizado com finalidade medicinal, pode dar nova vida ao
tratamento das pessoas. Em janeiro, Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) autorizou o uso do canabidiol como medicamento.
A causa da
doença de Mariana é uma má-formação cerebral. No dia 30 de março deste ano, o
médico alertou que a interrupção do tratamento com canabidiol pode causar
crises refratárias e mesmo e morte súbita associada à epilepsia. Por isso, a
família correu contra o tempo.
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