Integrantes
do movimento caminharam um mês de São Paulo a Brasília.
Eles foram
recebidos por deputados de partidos da oposição.
Após uma
marcha de um mês a pé de São Paulo a Brasília, integrantes do Movimento Brasil
Livre (MBL) protocolaram nesta quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados um
pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os
manifestantes foram recebidos por deputados de partidos da oposição, incluindo
PSDB, DEM e PPS, na rampa do Congresso. De lá, seguiram para uma audiência com
o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Vamos
entregar um protocolo com mais de mil páginas com pareceres jurídicos sobre as
pedaladas fiscais e acordos de leniências que legitimam o pedido de
impeachment", disse o coordenador de unidades do Movimento Brasil Livre,
Caique Mafra.
Mais cedo,
os manifestantes fecharam três das seis faixas da Esplanda dos Ministérios.
Segundo Mafra, representantes do movimento de várias regiões do país participam
da marcha. A organização estimou em 500 o número de integrantes da
manifestação. A Polícia Militar estimou entre 300 e 400 o número de
participantes do ato, que reúne também o Movimento Brasil Limpo e Banda Louca,
ambos de São Paulo.
Com carro de
som e faixa, os manifestantes entoaram cantos contra a presidente Dilma e
soltaram balões verdes e amarelos.
Os
parlamentares oposicionistas comemoraram o gesto e cobraram uma posição do
presidente da Câmara para que coloque em votação o pedido.
“Esperamos
que o presidente Eduardo Cunha se debruce sobre esse pedido, que vem embasado
em parecer de jurista de nome nacional, o Ives Gandra Martins, e, portanto, tem
respaldo”, disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
“Ele [Cunha]
vai ter que submeter a voto e o Brasil vai querer saber quais os deputados que
votaram contra ou a favor do impeachment”, continuou Sampaio.
Integrantes
do PSDB chegaram a ensaiar a apresentação de um pedido de impeachment, mas,
após análises internas, o partido mudou de estratégia e entrou com uma
representação na Procuradoria Geral da República contra a presidente por
supostos crimes contra as finanças públicas e de falsidade ideológica
Líder da
bancada do DEM no Senado, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), também defendeu
que o pedido de abertura de processo seja acolhido pelo comando da Câmara para
ser analisado no plenário. “A tramitação determina que a Câmara é que deverá
fazer essa votação, com 342 votos favoráveis [para conseguir aprovar o pedido].
Sendo aprovado, irá para o Senado e lá daremos continuidades”, explicou.
Questionado
sobre a eventual abertura de pedido de impeachment, Cunha disse que só iria se
manifestar após a audiência com o grupo de manifestantes.
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