sábado, 9 de maio de 2015

Presidente russo agradece ocidentais por 'contribuição em vitória de 1945'


Vladimir Putin discursou na celebração do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra; Líderes ocidentais não participaram do evento.
O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu neste sábado (9) a "contribuição dos aliados" para a vitória de 1945 sobre a Alemanha nazista, apesar da ausência de líderes ocidentais na celebração em Moscou do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra.
"Deve-se lembrar que foi o Exército russo que, após uma invasão a Berlim, colocou um ponto final na guerra contra a Alemanha de Hitler", declarou Putin em um discurso para 16 mil soldados reunidos na Praça Vermelha, antes do início de um gigantesco desfile militar.
Apesar da ausência de líderes ocidentais, que reprovam a Rússia por seu papel no conflito na Ucrânia, Putin conseguiu reunir os presidentes chinês, Xi Jinping, e indiano, Pranab Mukherjee, e o colega egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi.
Também estiveram em Moscou o cubano Raúl Castro e o venezuelano Nicolás Maduro, entre outros líderes mundiais.
"A União Soviética participou das batalhas mais sangrentas", disse o presidente russo em seu discurso, referindo-se aos mais de 25 milhões de soviéticos que morreram na guerra.
"Agradeço aos povos de Reino Unido, França e Estados Unidos por sua contribuição para a vitória. Agradeço aos diferentes países antifascistas que participaram dos combates contra os nazistas nas fileiras da resistência e na clandestinidade", declarou, antes de respeitar um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra.
Com suas palavras de agradecimento, Putin quis se mostrar conciliador com os ocidentais, e não citou a ameaça do governo pró-ocidental da Ucrânia.
Mais tarde, em uma recepção aos líderes presentes em Moscou, Putin acrescentou que "o espírito de aliança criado na Segunda Guerra Mundial deveria servir, hoje, de exemplo".
O desfile militar na Praça Vermelha de Moscou teve a presença de 20 líderes estrangeiros, diante de centenas de milhares de espectadores.
Grande Guerra Patriótica
A comemoração coincide com a forte tensão diplomática envolvendo a Rússia e os países ocidentais. As poucas autoridades europeias presentes em Moscou, entre elas representantes tchecos e eslovacos e o chanceler francês, Laurent Fabius, não assistiram ao desfile militar.
A chanceler alemã, Angela Merkel, tampouco esteve hoje em Moscou, embora seja esperada neste domingo para se reunir com Vladimir Putin e visitar o túmulo do Soldado Desconhecido.
A ausência de europeus não parece preocupar o presidente russo, que mantém sua popularidade intacta, em um país onde a vitória de 1945 tornou-se quase um mito.

Há dias, Moscou e as grandes cidades russas preparavam a comemoração desta Grande Guerra Patriótica, nome pelo qual é conhecida na Rússia a Segunda Guerra Mundial desde os tempos da União Soviética. Até mesmo a figura de Stalin, ditador responsável pela morte de milhões de soviéticos, parecia estar sendo reabilitada nos últimos meses.

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