Vladimir
Putin discursou na celebração do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra;
Líderes ocidentais não participaram do evento.
O presidente
russo, Vladimir Putin, agradeceu neste sábado (9) a "contribuição dos
aliados" para a vitória de 1945 sobre a Alemanha nazista, apesar da
ausência de líderes ocidentais na celebração em Moscou do 70º aniversário do
fim da Segunda Guerra.
"Deve-se
lembrar que foi o Exército russo que, após uma invasão a Berlim, colocou um
ponto final na guerra contra a Alemanha de Hitler", declarou Putin em um
discurso para 16 mil soldados reunidos na Praça Vermelha, antes do início de um
gigantesco desfile militar.
Apesar da
ausência de líderes ocidentais, que reprovam a Rússia por seu papel no conflito
na Ucrânia, Putin conseguiu reunir os presidentes chinês, Xi Jinping, e
indiano, Pranab Mukherjee, e o colega egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi.
Também estiveram
em Moscou o cubano Raúl Castro e o venezuelano Nicolás Maduro, entre outros
líderes mundiais.
"A
União Soviética participou das batalhas mais sangrentas", disse o
presidente russo em seu discurso, referindo-se aos mais de 25 milhões de
soviéticos que morreram na guerra.
"Agradeço
aos povos de Reino Unido, França e Estados Unidos por sua contribuição para a
vitória. Agradeço aos diferentes países antifascistas que participaram dos
combates contra os nazistas nas fileiras da resistência e na clandestinidade",
declarou, antes de respeitar um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra.
Com suas
palavras de agradecimento, Putin quis se mostrar conciliador com os ocidentais,
e não citou a ameaça do governo pró-ocidental da Ucrânia.
Mais tarde,
em uma recepção aos líderes presentes em Moscou, Putin acrescentou que "o
espírito de aliança criado na Segunda Guerra Mundial deveria servir, hoje, de
exemplo".
O desfile
militar na Praça Vermelha de Moscou teve a presença de 20 líderes estrangeiros,
diante de centenas de milhares de espectadores.
Grande
Guerra Patriótica
A
comemoração coincide com a forte tensão diplomática envolvendo a Rússia e os
países ocidentais. As poucas autoridades europeias presentes em Moscou, entre
elas representantes tchecos e eslovacos e o chanceler francês, Laurent Fabius,
não assistiram ao desfile militar.
A chanceler
alemã, Angela Merkel, tampouco esteve hoje em Moscou, embora seja esperada
neste domingo para se reunir com Vladimir Putin e visitar o túmulo do Soldado
Desconhecido.
A ausência
de europeus não parece preocupar o presidente russo, que mantém sua
popularidade intacta, em um país onde a vitória de 1945 tornou-se quase um
mito.
Há dias,
Moscou e as grandes cidades russas preparavam a comemoração desta Grande Guerra
Patriótica, nome pelo qual é conhecida na Rússia a Segunda Guerra Mundial desde
os tempos da União Soviética. Até mesmo a figura de Stalin, ditador responsável
pela morte de milhões de soviéticos, parecia estar sendo reabilitada nos
últimos meses.
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