Empresa
Ceiec ofereceu o menor preço pelo contrato: US$ 99,6 milhões.
Licitação
ficou suspensa por três meses; obra só deve ser entregue em 2018.
A Marinha do
Brasil confirmou nesta quarta-feira (20) que a empresa chinesa Ceiec vai
construir a nova estação científica Comandante Ferraz, na Antártica. O
resultado do certame foi divulgado no site da instituição.
De acordo
com a Marinha, a proposta dos chineses foi a menor oferecida entre os três
concorrentes (US$ 99,6 milhões, aproximadamente R$ 302,1 milhões).
Em janeiro
deste ano, a instituição havia emitido parecer anunciando a escolha pela Ceiec.
No entanto, a OY FCR Finland, da Finlândia, e o consórcio brasileiro-chileno
Ferreira Guedes/Tecnofast apresentaram recursos judiciais contra a decisão, o
que forçou a suspensão da licitação, em fevereiro. O processo foi retomado em
abril.
O novo
complexo científico vai substituir a antiga base, destruída por um incêndio em
2012, que causou a morte de dois integrantes da Marinha. A Promotoria pediu a
acusação por incêndio culposo do suboficial Luciano Medeiros por multiplicidade
de mortes, mas ele foi absolvido pela Justiça Militar.
A obra
estava prevista para ser entregue em março de 2015, mas, devido aos atrasos na
licitação, a entrega da estação pode ocorrer só em 2018.
Entenda o
caso
Esse é o
segundo processo licitatório aberto pela Marinha para essa finalidade. O
primeiro, iniciado no fim de 2013 e encerrado em fevereiro de 2014, terminou
sem a apresentação de propostas. Na época, poderiam se credenciar apenas
empresas nacionais ou estrangeiras que firmassem parceria com organizações
brasileiras.
Após o
fracasso, a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, a
Secirm, abriu em julho do ano passado uma nova etapa, desta vez permitindo a
participação de organizações com 100% de capital estrangeiro. Desta vez, a
inauguração foi adiada para março de 2016.
Devido a
pendências judiciais, a licitação atrasou e só foi retomada em abril passado.
Atraso no
início da construção
A nova
estação científica vai substituir a antiga base, destruída por um incêndio em
2012, que causou a morte de dois integrantes da Marinha.
A construção
do complexo, prevista inicialmente para ser entregue em março deste ano, só
deve iniciar após a assinatura do contrato, ainda sem prazo para acontecer. A
Marinha informa que a construção tem prazo de execução de 540 dias corridos,
período que pode ser estendido devido a "fatores supervenientes, como é o
caso das peculiaridades do clima antártico". Por isso, a entrega da nova
estação pode ocorrer apenas em meados de 2018.
Até que a
obra termine, módulos provisórios instalados no local dão infraestrutura
suficiente para receber 60 pessoas de uma só vez. Com isso, as viagens de
cientistas brasileiros até o território antártico terão continuidade, assim
como seus trabalhos de pesquisa em temas como mudança climática e
biodiversidade.
O projeto
executivo, escolhido em 2013 em um concurso promovido pelo Instituto de
Arquitetos do Brasil, não deverá ser alterado. Segundo o documento, o edifício
principal da nova estação terá uma área total de 4.500 m² e as unidades
isoladas, como as torres de energia eólica e a área para helicópteros, somarão
outros 500 m².
Serão 18
laboratórios internos, além de sete unidades isoladas para pesquisas de
meteorologia, ozônio, da atmosfera. Sua capacidade será para abrigar 64
pessoas.
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