Taxa é a
maior desde setembro do ano passado, quando ficou em 6,4%.
Serviços
administrativos tiveram o maior avanço, de 8,8%.
O setor de
serviços do país registrou crescimento nominal de 6,1% em março, em relação ao
mesmo mês de 2014, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A taxa é a maior desde setembro do ano passado, quando
ficou em 6,4%.
“[Resultado
é] uma recuperação expressiva em relação aos dois primeiros meses do ano, que
foram muito ruins. Eu chamaria de uma ligeira recuperação, ainda está muito
abaixo das taxas verificadas em outros meses, principalmente no primeiro
semestre de 2014”, analisou Roberto Saldanha, técnico de serviços e comércio do
IBGE.
De acordo
com o especialista, o que contribuiu para o resultado de serviços em março foi
o setor de transportes, serviços de informação e comunicação e serviços
profissionais administrativos e complementares, “que tem maior peso na
estrutura do setor de serviço”.
“Transporte
teve avanço, principalmente pela contribuição do setor de agrobusiness,
agricultura, pecuária. Então, houve aumento em março significativo da produção
de grãos e exportação. O saldo da balança comercial 458 milhões de dólares. Foi
o primeiro mês em que o Brasil apresentou saldo positivo na sua balança
comercial, e grande parte em função das exportações do agrobusiness em geral.”
O resultado
de março também foi superior às taxas de fevereiro (0,9% revisado) e janeiro
(1,8%).
No ano, o
setor de serviços acumula alta de 2,9% – o menor patamar da série trimestral,
"em consequência das menores variações registradas nos meses de janeiro de
fevereiro".
Por tipo de
serviços
Todos os
setores de serviços registraram avanços em relação ao mesmo mês do ano passado.
Serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 8,8%;
transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, 8,7%; outros
serviços, 5,2%; serviços de informação e comunicação, 2,9%, e serviços
prestados às famílias, 2,5%.
Dentro do
setor que mais cresceu entre os pesquisados, o de serviços
técnico-profissionais teve expansão de 5,9% e o de serviços administrativos e
complementares, de 9,7%.
“O setor de
serviços profissionais administrativos e complementares voltou ao patamar de
janeiro. Ele vem sempre se mantendo nessa faixa de 9%. Tanto para as empresas
quanto para o governo, são serviços que precisam ser mantidos porque são
serviços terceirizados,” afirmou Roberto Saldanha, do IBGE.
“Há um
desaquecimento na indústria, no comércio, no geral, os governos estão num
processo de contenção orçamentária, mas o setor agrobusiness está em processo
de aquecimento.”
Segundo
Saldanha, a taxa de crescimento de 2,5% dos serviços prestados às famílias foi
a menor taxa de crescimento desde o início da série, em 2012.
“O que se
observa no mês de março é uma retração na renda média das famílias, a massa
salarial teve retração de 3%, isso afeta o consumo das famílias. Os preços
praticados pelos serviços prestados também têm se situado acima do IPCA geral
[índice de inflação], e isso tem levado também as famílias a serem mais
seletivas nas suas opções de consumo.”
Trimestre
No
trimestre, cresceram serviços prestados às famílias (6,1%); serviços
profissionais, administrativos e complementares (6,0%); transportes, serviços
auxiliares dos transportes e correio (3,1%); outros serviços (1,6%) e serviços
de informação e comunicação (0,6%).
Região
Na
comparação com março do ano passado, as maiores altas partiram de São Paulo
(8,9%), Mato Grosso do Sul (8,4%) e Rondônia (8,3%). Por outro lado, as menores
vieram de Alagoas (0,5%), Tocantins (0,6%) e Rio Grande do Norte (1,2%).
Maranhão
(-9,5%), Mato Grosso (-6,3%), Acre (-5,9%), Roraima (-5,5%), Amapá (-4,6%) e
Piauí (-0,8%) mostraram recuos.
“A gente
pode observar que o crescimento de serviços foi basicamente puxado por São
Paulo. É o estado de maior concentração empresarial e também tem o agrobusiness
muito forte como tem o Mato Grosso do Sul. Então, pode se afirmar que São Paulo
foi quem puxou esse crescimento. Digo no geral. Tem o transporte, a
informática. Uma parte, o agrobusiness e outra parte, da demanda dos outros
setores.”
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