quinta-feira, 7 de maio de 2015

Funcionários da Fundação Casa entram em greve no estado de SP


A paralisação por tempo indeterminado atinge unidades da capital e interior.
Categoria pede reajuste de 28,16% e melhores condições de trabalho.
Funcionários da Fundação Casa entraram em greve nesta quinta-feira (7) por tempo indeterminado no estado de São Paulo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa), há paralisações nas unidades do Brás, Vila Maria, Guarulhos, Raposo Tavares, São Carlos, Santos, Guarujá, entre outras. Um balanço da greve deve sair às 15h.
A categoria pede um reajuste de 28,16%, melhores condições de trabalho, licença maternidade de 180 dias, auxílio às crianças com necessidades especiais e outros 64 pontos da pauta de reivindicações. A categoria mantém 30% dos funcionários trabalhando e realiza piquetes em frente às unidades.
Segundo Aline Salvador, diretora do sindicato, o movimento vai englobar  assistentes sociais, pedagogos e monitores, entre outros trabalhadores, e terá como carro-chefe as condições de atuação nos prédios da Fundação. "Depois da regionalização, colocaram as unidades em locais ermos, com mata ao lado. A insegurança é muito grande para os servidores. O adolescente não entende a internação e culpa os funcionários", afirmou.
Em São Carlos, interior do estado, por exemplo, a diretora afirma que a instituição conta com 64 internos, mas não oferece a segurança necessária, além de ocorrerem invasões. "Adolescentes que deixaram a unidade entram com armas, ameaçam os funcionários, voltam para falar com os que ficaram", contou.
Ela também relatou que, na última semana, foi verificada a presença de resíduos fecais na água e que a Fundação passou a comprar água para os adolescentes, mas não para os trabalhadores. "Eles estão levando de casa", relatou.
Negociação
Segundo o Sitraemfa, o pedido de reajuste contempla perdas salariais e aumento real e a greve foi definida porque não houve acordo. "A proposta foi encaminhada em fevereiro e a data-base é em março. Estamos há dois meses tentando uma negociação. A greve é a arma final", disse Aline.
O movimento teve início na quinta e será avaliado em assembleias que determinarão o retorno ou não ao trabalho. Enquanto os funcionários estiverem em greve, apenas serviços básicos, como a alimentação dos adolescentes, devem ser mantidos, de acordo com o sindicato.
Fundação Casa
A assessoria de imprensa da Fundação Casa informou em nota que as reivindicações estão sendo analisada pelo governo estadual e que, entre 2005 e 2014, os aumentos dados pela instituição chegaram a 86,24% (IPC-Fipe), enquanto a inflação no período oscilou em torno de 68,46%, dependendo do índice utilizado.
Afirmou ainda que o governo sempre esteve aberto a negociar com o sindicato e que, no caso da segurança na unidade de São Carlos, "a muralha externa segue padrão de construção de forma a evitar o contato externo dos adolescentes".

Quanto à água, a assessoria alegou que "uma empresa contratada faz limpezas constantes na caixa d’água local, além de estar regularizada a dosagem de cloro, estando a água passível para uso e consumo".

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