A
paralisação por tempo indeterminado atinge unidades da capital e interior.
Categoria
pede reajuste de 28,16% e melhores condições de trabalho.
Funcionários
da Fundação Casa entraram em greve nesta quinta-feira (7) por tempo
indeterminado no estado de São Paulo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em
Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do
Estado de São Paulo (Sitraemfa), há paralisações nas unidades do Brás, Vila
Maria, Guarulhos, Raposo Tavares, São Carlos, Santos, Guarujá, entre outras. Um
balanço da greve deve sair às 15h.
A categoria
pede um reajuste de 28,16%, melhores condições de trabalho, licença maternidade
de 180 dias, auxílio às crianças com necessidades especiais e outros 64 pontos
da pauta de reivindicações. A categoria mantém 30% dos funcionários trabalhando
e realiza piquetes em frente às unidades.
Segundo
Aline Salvador, diretora do sindicato, o movimento vai englobar assistentes sociais, pedagogos e monitores,
entre outros trabalhadores, e terá como carro-chefe as condições de atuação nos
prédios da Fundação. "Depois da regionalização, colocaram as unidades em
locais ermos, com mata ao lado. A insegurança é muito grande para os
servidores. O adolescente não entende a internação e culpa os
funcionários", afirmou.
Em São
Carlos, interior do estado, por exemplo, a diretora afirma que a instituição
conta com 64 internos, mas não oferece a segurança necessária, além de
ocorrerem invasões. "Adolescentes que deixaram a unidade entram com armas,
ameaçam os funcionários, voltam para falar com os que ficaram", contou.
Ela também
relatou que, na última semana, foi verificada a presença de resíduos fecais na
água e que a Fundação passou a comprar água para os adolescentes, mas não para
os trabalhadores. "Eles estão levando de casa", relatou.
Negociação
Segundo o
Sitraemfa, o pedido de reajuste contempla perdas salariais e aumento real e a
greve foi definida porque não houve acordo. "A proposta foi encaminhada em
fevereiro e a data-base é em março. Estamos há dois meses tentando uma
negociação. A greve é a arma final", disse Aline.
O movimento
teve início na quinta e será avaliado em assembleias que determinarão o retorno
ou não ao trabalho. Enquanto os funcionários estiverem em greve, apenas
serviços básicos, como a alimentação dos adolescentes, devem ser mantidos, de
acordo com o sindicato.
Fundação
Casa
A assessoria
de imprensa da Fundação Casa informou em nota que as reivindicações estão sendo
analisada pelo governo estadual e que, entre 2005 e 2014, os aumentos dados
pela instituição chegaram a 86,24% (IPC-Fipe), enquanto a inflação no período
oscilou em torno de 68,46%, dependendo do índice utilizado.
Afirmou
ainda que o governo sempre esteve aberto a negociar com o sindicato e que, no
caso da segurança na unidade de São Carlos, "a muralha externa segue
padrão de construção de forma a evitar o contato externo dos
adolescentes".
Quanto à
água, a assessoria alegou que "uma empresa contratada faz limpezas
constantes na caixa d’água local, além de estar regularizada a dosagem de
cloro, estando a água passível para uso e consumo".
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