Há 2 semanas
quase 900 pessoas se afogaram no Mediterrâneo.
Guarda
Costeira da Líbia interceptou 5 barco com cerca de 500 pessoas.
Quase 4,5
mil imigrantes foram recolhidos de barcos na costa da Líbia ao longo do fim de
semana e dez corpos foram recuperados, informaram a guarda costeira e a Marinha
da Itália, no que parece ser a maior missão de resgate desse tipo neste ano.
Duas semanas
após quase 900 pessoas se afogarem no Mediterrâneo, o fluxo de pessoas vindas
da África desesperadas para conquistar uma vida melhor na Europa acelerou,
enquanto contrabandistas de pessoas aproveitam os mares mais calmos.
Sete corpos
foram encontrados em dois grandes barcos de borracha cheios de imigrantes, e a
equipe de resgate recolheu do mar os cadáveres de três outros que haviam
saltado para a água quando viram um navio comercial se aproximar, informou a
guarda costeira.
Separadamente,
autoridades no Egito disseram que três morreram quando um barco de imigrante
tentando chegar à Grécia afundou em sua costa. Trinta e uma pessoas foram
resgatadas.
Líbia
A Guarda
Costeira da Líbia interceptou neste domingo (3) cinco embarcações com cerca de
500 imigrantes a bordo que tentavam atravessar o Mediterrâneo para chegar à
Europa.
Os navios
foram localizados a oito milhas náuticas das costas líbias, e receberam a ordem
de regressar a Misrata, a leste da capital, Trípoli, onde as autoridades
instalaram um centro de detenção, informou o coronel Reda Isa.
A cada dia,
centenas de emigrantes embarcam nas costas líbias em embarcações precárias com
a esperança de chegar ao continente europeu: na travessia, extremamente
perigosa, morreram somente em abril 1.200 pessoas.
Travessia
perigosa
Segundo a
Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 1.750 imigrantes
perderam a vida no Mediterrâneo em 2015, um número 30 vezes maior do que o
registrado no mesmo período de 2014.
"A OIM
teme que o total de 3.279 mortes de imigrantes em 2014 seja superado este ano
em algumas semanas, e possa alcançar os 30 mil até o final do ano, se nos
basearmos no balanço atual", destacou a organização em comunicado.
Nos últimos
anos, a Europa recebeu a maioria dos refugiados no mundo, que deixam suas
terras para escapar principalmente de conflitos, como a guerra civil na Síria e
na Líbia, ou de dificuldades econômicas.
De acordo
com Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), cerca de 219 mil pessoas
cruzaram o mar em busca de uma vida melhor na Europa no ano passado, quase 4
vezes do que em 2013, quando 60 mil chegaram do outro lado da travessia.
Negócio
milionário
A travessia
do Mediterrâneo é feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos
requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. A viagem pode custar mais
de R$ 10 mil por pessoa, o que torna o negócio altamente lucrativo - uma única
embarcação pode render US$ 1 milhão.
Sem garantia
de sucesso no pedido de refúgio, muitos imigrantes não conseguem ficar no destino
final e são mandados de volta ao país de origem. Mas dificilmente eles desistem
e tentam duas, três, quatro vezes, até receberem o asilo oficial.
Combate
A imigração
é um tema polêmico na Europa, principalmente com o avanço de partidos de
extrema direita, que defendem leis anti-imigração usando a crise econômica como
argumento para ganhar mais votos.
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