Para ele,
quem cometeu crime foi a cliente que não queria sair da porta.
Caso ganhou
notoriedade na semana passada ao cair nas redes sociais.
O
ex-policial militar Luiz Fabiano de Aquino, de 36 anos, disse não se arrepender
de ter retirado à força uma mulher da porta de uma agência bancária na Vila
Olímpia, bairro da Zona Sul de São Paulo. “Fiz apenas o meu dever”.
O caso
aconteceu em 1º de agosto do ano passado, mas ganhou notoriedade nesta semana
após um vídeo sobre a ocorrência cair nas redes sociais. As imagens mostram o
então soldado conversando com a médica Claudia Moss na entrada da agência. Após
discutir com a mulher, ele a puxa com as duas mãos. A médica perde o equilíbrio
e cai no chão, mas se levanta e tenta novamente ir ao interior do banco. Em
meio à gritaria de outros clientes, o policial impede sua entrada e ela é retirada
de lá. “Senhora, eu posso usar de força para tirar. Eu te chamei dez vezes”,
afirmou Aquino na gravação.
A mulher
acionou a PM após a porta giratória do banco bloquear sua entrada. Claudia
disse, no Facebook, que os armários na entrada estavam “lotados ou quebrados” e
que seguiu a orientação do segurança. “Retornei três vezes à linha amarela.
Despejei o conteúdo da bolsa no chão, expliquei o motivo de eu ter ido ao
banco”, afirmou. “E, como me recusasse a sair do banco, fui arrastada e jogada
com violência contra a parede de vidro, caindo ao chão. Enfim. Hematomas por
todo lado e o brio no chão.”
Aquino
afirma que agiu pelo bem dos outros clientes que estavam no banco. Ele diz que
a médica cometeu um crime, já que, segundo seu relato, estava havia mais de
meia-hora parada na porta. “No momento em que está na porta giratória, está
impedindo o direito de ir e vir de quem estava dentro daquela agência.”
Com pouco
mais de três minutos, o vídeo não mostra o começo da conversa, que, segundo o
ex-PM, foi pacífico. “Eu chamei ela de senhora, tentei tirá-la da porta de
forma educada, por mais de dez minutos.” Depois de ordenar que ela saísse, a
mulher, segundo ele, cometeu um segundo crime: desobediência.
Aquino
afirma que a maneira como ela caiu no chão foi acidental. Ele diz que Claudia
resistia a ser retirada e, por isso, precisou puxá-la com força. “Ela efetuava
força contrária à minha. Quando efetuei a força, ela ficou muito mais leve do
que quando estava no interior da porta giratória. Minha mão direita perdeu o
contato com a blusa dela.”
Ele
acrescentou que todo PM deve utilizar os meios necessários para fazer com que a
lei seja cumprida. “O policial deve escalonar a forma de atuar, da forma mais
branda para a forma mais forte. Primeiro grau é a presença policial. O segundo
grau é a verbalização. Já o terceiro grau é o contato físico. Foi até onde
chegou.”
Exoneração
A PM, porém,
disse discordar da forma como o então soldado agiu. “A conduta do policial
militar é inadmissível”, disse em nota a corporação. “O policial militar que
aparece na filmagem foi exonerado.”
A exoneração
ocorreu em 22 de outubro do ano passado, segundo o Diário Oficial do estado.
Aquino acrescenta, porém, que a saída nada tem a ver com o que aconteceu em
agosto passado.
“Aquela foi
minha última ocorrência na PM. No dia seguinte, tirei licença prêmio de 90 dias
e, depois, pedi para sair. Após 12 anos de polícia.” Ele atualmente trabalha em
um ramo não ligado ao setor de segurança.
Ao ser
questionado se arrepende-se de ter usado a força para retirar a mulher,
respondeu: "Não bate arrependimento até hoje. Tenho a certeza de que
cumpri o meu dever”.
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