Reajuste
aprovado por agência atinge 359 cidades atendidas pela Sabesp.
Aumento
ficou abaixo do esperado pela companhia e obras sofrerão atraso.
As tarifas
de água de cidades abastecidas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp) ficarão 15,24% mais caras a partir desta quinta-feira (4). O
aumento foi aprovado em maio pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia
(Arsesp), que citou a crise hídrica e a maior demanda de energia elétrica usada
nas bombas como justificativa.
As contas
mais caras começam a chegar na casa dos clientes de 359 cidades operadas pela
companhia na Região Metropolitana de São Paulo e no interior a partir de
sexta-feira (5), com a cobrança proporcional aos dias das tarifas antes e
depois do reajuste, de acordo com a Sabesp.
Os
municípios de Diadema, Glicério, Magda, Torrinha e Lins terão tarifas
atualizadas em datas diferentes por questões contratuais No site da companhia
possível consultar a lista completa dos novos valores que serão cobrados para
clientes residenciais, comerciais e industriais.
Reajuste
abaixo do esperado
O reajuste
de 15,24% ficou abaixo dos 23% solicitado pela companhia após várias
negociações com a Arsesp. Em novembro de 2014, a Sabesp já havia obtido
autorização para aumentar a conta em 6,5% (veja histórico de reajustes na
tabela abaixo).
Segundo o
presidente da Sabesp, Jerson Kelman, obras consideradas não prioritárias serão
adiadas por causa do reajuste menor, mas os projetos que serão alterados ainda
não foram definidos.
O governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, garantiu que nenhuma obra importante contra a
crise hídrica prevista para 2015 será afetada.
Reajuste
'correto'
Após a
liberação do reajuste, o governador de São Paulo disse considerar “correto” o
aumento de 15,24% na tarifa de água cobrada pela Sabesp. “A decisão da Arsesp
foi correta. A Arsesp verificou todos os indicadores e aumento de custo,
especialmente o da energia elétrica, queda de produção pela restrição hídrica,
questões da chuva, e corretamente estabeleceu o valor”, afirmou Geraldo
Alckmin.
O governador
garantiu que nenhuma obra importante contra a crise hídrica prevista para este
ano será afetada. Segundo ele, a companhia pagará a diferença dos valores previstos
se houver falta de recursos por causa do reajuste menor. “A Sabesp tem uma
grande capacidade de investimento e as obras prioritárias elas serão mantidas
com recursos próprios da Sabesp e com financiamento que já estão
estabelecidos”, disse.
Prejuízos com
a crise
Em março, o
secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, disse que a companhia
vive uma situação econômica difícil porque houve uma perda de receita com a
queda no consumo de água e na concessão de bônus para quem economizasse.
Quando as
represas secaram no ano passado, o lucro da Sabesp caiu dos quase R$ 2 bilhões
em 2013 para R$ 903 milhões em 2014.
Já nos
primeiros três meses deste ano, a companhia teve queda de 33,4% no lucro
líquido em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre de
2015, o lucro foi de R$ 318,2 milhões, contra R$ 477,6 milhões em 2014.
Mas, segundo
Alckmin, apesar de a Arsesp ter permitido que a Sabesp suspenda, quando quiser,
a política de descontos para equilibrar o caixa, o bônus na conta será mantido.
O governador
apontou uso racional da água e obras estruturantes já em andamento como a
estratégia para que São Paulo passe pelo período seco com garantia de
abastecimento da população.
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