quarta-feira, 3 de junho de 2015

Tarifa de água fica 15,24% mais cara a partir desta quinta-feira em São Paulo


Reajuste aprovado por agência atinge 359 cidades atendidas pela Sabesp.
Aumento ficou abaixo do esperado pela companhia e obras sofrerão atraso.
As tarifas de água de cidades abastecidas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ficarão 15,24% mais caras a partir desta quinta-feira (4). O aumento foi aprovado em maio pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp), que citou a crise hídrica e a maior demanda de energia elétrica usada nas bombas como justificativa.
As contas mais caras começam a chegar na casa dos clientes de 359 cidades operadas pela companhia na Região Metropolitana de São Paulo e no interior a partir de sexta-feira (5), com a cobrança proporcional aos dias das tarifas antes e depois do reajuste, de acordo com a Sabesp.
Os municípios de Diadema, Glicério, Magda, Torrinha e Lins terão tarifas atualizadas em datas diferentes por questões contratuais No site da companhia possível consultar a lista completa dos novos valores que serão cobrados para clientes residenciais, comerciais e industriais.
Reajuste abaixo do esperado
O reajuste de 15,24% ficou abaixo dos 23% solicitado pela companhia após várias negociações com a Arsesp. Em novembro de 2014, a Sabesp já havia obtido autorização para aumentar a conta em 6,5% (veja histórico de reajustes na tabela abaixo).
Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, obras consideradas não prioritárias serão adiadas por causa do reajuste menor, mas os projetos que serão alterados ainda não foram definidos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, garantiu que nenhuma obra importante contra a crise hídrica prevista para 2015 será afetada.
Reajuste 'correto'
Após a liberação do reajuste, o governador de São Paulo disse considerar “correto” o aumento de 15,24% na tarifa de água cobrada pela Sabesp. “A decisão da Arsesp foi correta. A Arsesp verificou todos os indicadores e aumento de custo, especialmente o da energia elétrica, queda de produção pela restrição hídrica, questões da chuva, e corretamente estabeleceu o valor”, afirmou Geraldo Alckmin.
O governador garantiu que nenhuma obra importante contra a crise hídrica prevista para este ano será afetada. Segundo ele, a companhia pagará a diferença dos valores previstos se houver falta de recursos por causa do reajuste menor. “A Sabesp tem uma grande capacidade de investimento e as obras prioritárias elas serão mantidas com recursos próprios da Sabesp e com financiamento que já estão estabelecidos”, disse.
Prejuízos com a crise
Em março, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, disse que a companhia vive uma situação econômica difícil porque houve uma perda de receita com a queda no consumo de água e na concessão de bônus para quem economizasse.
Quando as represas secaram no ano passado, o lucro da Sabesp caiu dos quase R$ 2 bilhões em 2013 para R$ 903 milhões em 2014.
Já nos primeiros três meses deste ano, a companhia teve queda de 33,4% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre de 2015, o lucro foi de R$ 318,2 milhões, contra R$ 477,6 milhões em 2014.
Mas, segundo Alckmin, apesar de a Arsesp ter permitido que a Sabesp suspenda, quando quiser, a política de descontos para equilibrar o caixa, o bônus na conta será mantido.

O governador apontou uso racional da água e obras estruturantes já em andamento como a estratégia para que São Paulo passe pelo período seco com garantia de abastecimento da população.

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