Esta já
seria a terceira vez que o jovem, de 17 anos, é detido.
Dupla
invadiu escola no horário da aula, na segunda-feira (1º).
Foi
apreendido na manhã desta terça-feira (2), em João Pessoa, um adolescente de 17
anos que seria um dos suspeitos de realizar um arrastão em pleno horário de
aula em uma escola estadual na capital, na segunda-feira (1º). De acordo com a
Polícia Militar, o suspeito foi detido na comunidade Nova Trindade, no bairro
de Jardim Veneza, com um revólver e três celulares que teriam sido roubados. A
dupla invadiu a escola, localizada no bairro do Jardim Planalto, por uma das
janelas, ameaçou as vítimas e levou objetos pertencentes a alunos.
Segundo o
comandante-geral da Polícia Militar na Paraíba, coronel Euller Chaves, o
adolescente foi localizado depois de uma denúncia anônima e esta seria a
terceira vez que ele é detido. O coronel informou ainda que o adolescente
confessou a participação na ação e que a PM está reunindo informações para
tentar identificar o segundo suspeito do caso.
Na manhã
desta terça-feira, os diretores e professores da Escola Estadual Professora
Luzia Simões Bartollini, onde aconteceu o assalto, participaram de reunião com
representantes da Secretaria Estadual de Ensino e da Secretaria Estadual de
Defesa Social (Seds) para discutir a questão da segurança no local. As aulas
foram suspensas após o assalto e a previsão é de que devem voltar na próxima
semana.
A Secretaria
de Educação do Estado informou que já está realizando levantamento sobre o que
precisa ser melhorado na unidade educacional. Enquanto isso a Polícia Militar
afirmou que a escola integra a área de rondas da patrulha escolar e serão
estudadas formas para aumentar a segurança na região.
Professora
desabafa
Ainda no dia
do assalto, a professora Edna Batista, relatou o que passou. “Ele pulou a
janela, me pegou pelos cabelos. Eu saí correndo da sala, eu saí correndo e
gritando, pedindo socorro e mandando as professoras pularem com os alunos pela
janela", contou a mulher.
"Eu
pensava que era aluno da escola com brincadeira e não era. Era verdadeiro, eu
vi o cara em cima da gente correndo, com revólver", comentou a professora,
que fez um apelo por mais segurança no local. "Nós estamos abandonados
aqui, peço que façam alguma coisa enquanto é tempo", acrescentou. Os dois
homens chegaram em uma motocicleta e logo depois invadiram a escola.
De acordo
com a Polícia Militar, os dois assaltantes estavam armados e invadiram a escola
por uma das janelas da instituição para roubar os celulares dos alunos. O crime
aconteceu por volta das 9h40 quando os estudantes participavam das aulas.
O capitão da
Polícia Militar Sidney Paiva informou que a área da escola conta com o suporte
de policiamento da patrulha escolar. O policial ainda lamentou a ação criminosa
e contou que deve ser investigada a hipótese de que alguém de dentro da
instituição de ensino tenha repassado informações para os assaltantes. “O crime
ocorreu após o lanche da manhã. Além disso, eles sabiam a janela que estava
mais desprotegida. Esses dados podem ter sido passados por pessoas de dentro da
escola”, contou.
Relato de
criança
Um menino de
11 anos, que estuda na escola, disse que ficou de joelhos pedindo que não o
matassem durante a ação dos criminosos. "Ele chegou lá na sala e a
professora mandou todo mundo sair da sala. Todo mundo saiu e eu levei a bolsa
pra diretoria, mas esqueci meu caderno. Quando eu voltei, o homem colocou a
arma na minha cara. Eu me ajoelhei dizendo 'não, não'. Ele perguntou o que eu
queria pegar, eu disse 'meu caderno'. Aí ele jogou o caderno na minha
cara", relatou a criança.
Segundo
relatos de testemunhas, os assaltantes teriam levado cerca de 80 celulares.
Enquanto a dupla agia dentro da escola, outros dois homens teriam ficado do
lado de fora da instituição de ensino para auxiliar na fuga. Algumas pessoas
passaram mal e uma equipe do Corpo de Bombeiros foi prestar socorro no local.
Outros casos
Segundo a
diretora-adjunta da escola, Maria Marlene Batista, no ano passado, a escola
chegou a ser arrombada, porém, nunca tinha ocorrido dentro da instituição
arrastões como este. Ela alertou que ao redor da escola crimes sempre são
registrados, principalmente no turno da tarde, quando muitos alunos já
relataram terem sido assaltados. “A escola clama por segurança. Os alunos não
querem mais voltar à escola com medo. Nós queremos uma garantia para escola de
que vamos ter essa segurança”, frisou a diretora-adjunta. Ainda segundo ela,
duas gestantes e uma estudante com problemas respiratórios passaram mal e
precisaram ser socorridas.
Um
estudante, que preferiu não se identificar, contou que realizava uma prova no
momento do crime e logo começou a ouvir os gritos de outros colegas. “Uma
professora percebeu que era um assalto pediu que todos os alunos ficassem
dentro da sala de aula, todos estavam apavorados e chorando. Para evitar que os
criminosos entrassem onde estavámos, nós colocamos a mesa na frente da porta.
Os assaltantes ainda tentaram abrir a porta, mas não conseguiram. Em seguida,
fugiram”, explicou ele.
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