terça-feira, 2 de junho de 2015

Adolescente suspeito de fazer 'arrastão' em escola é detido na PB


Esta já seria a terceira vez que o jovem, de 17 anos, é detido.
Dupla invadiu escola no horário da aula, na segunda-feira (1º).
Foi apreendido na manhã desta terça-feira (2), em João Pessoa, um adolescente de 17 anos que seria um dos suspeitos de realizar um arrastão em pleno horário de aula em uma escola estadual na capital, na segunda-feira (1º). De acordo com a Polícia Militar, o suspeito foi detido na comunidade Nova Trindade, no bairro de Jardim Veneza, com um revólver e três celulares que teriam sido roubados. A dupla invadiu a escola, localizada no bairro do Jardim Planalto, por uma das janelas, ameaçou as vítimas e levou objetos pertencentes a alunos.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar na Paraíba, coronel Euller Chaves, o adolescente foi localizado depois de uma denúncia anônima e esta seria a terceira vez que ele é detido. O coronel informou ainda que o adolescente confessou a participação na ação e que a PM está reunindo informações para tentar identificar o segundo suspeito do caso.
Na manhã desta terça-feira, os diretores e professores da Escola Estadual Professora Luzia Simões Bartollini, onde aconteceu o assalto, participaram de reunião com representantes da Secretaria Estadual de Ensino e da Secretaria Estadual de Defesa Social (Seds) para discutir a questão da segurança no local. As aulas foram suspensas após o assalto e a previsão é de que devem voltar na próxima semana.
A Secretaria de Educação do Estado informou que já está realizando levantamento sobre o que precisa ser melhorado na unidade educacional. Enquanto isso a Polícia Militar afirmou que a escola integra a área de rondas da patrulha escolar e serão estudadas formas para aumentar a segurança na região.
Professora desabafa
Ainda no dia do assalto, a professora Edna Batista, relatou o que passou. “Ele pulou a janela, me pegou pelos cabelos. Eu saí correndo da sala, eu saí correndo e gritando, pedindo socorro e mandando as professoras pularem com os alunos pela janela", contou a mulher.
"Eu pensava que era aluno da escola com brincadeira e não era. Era verdadeiro, eu vi o cara em cima da gente correndo, com revólver", comentou a professora, que fez um apelo por mais segurança no local. "Nós estamos abandonados aqui, peço que façam alguma coisa enquanto é tempo", acrescentou. Os dois homens chegaram em uma motocicleta e logo depois invadiram a escola.
De acordo com a Polícia Militar, os dois assaltantes estavam armados e invadiram a escola por uma das janelas da instituição para roubar os celulares dos alunos. O crime aconteceu por volta das 9h40 quando os estudantes participavam das aulas.

O capitão da Polícia Militar Sidney Paiva informou que a área da escola conta com o suporte de policiamento da patrulha escolar. O policial ainda lamentou a ação criminosa e contou que deve ser investigada a hipótese de que alguém de dentro da instituição de ensino tenha repassado informações para os assaltantes. “O crime ocorreu após o lanche da manhã. Além disso, eles sabiam a janela que estava mais desprotegida. Esses dados podem ter sido passados por pessoas de dentro da escola”, contou.
Relato de criança
Um menino de 11 anos, que estuda na escola, disse que ficou de joelhos pedindo que não o matassem durante a ação dos criminosos. "Ele chegou lá na sala e a professora mandou todo mundo sair da sala. Todo mundo saiu e eu levei a bolsa pra diretoria, mas esqueci meu caderno. Quando eu voltei, o homem colocou a arma na minha cara. Eu me ajoelhei dizendo 'não, não'. Ele perguntou o que eu queria pegar, eu disse 'meu caderno'. Aí ele jogou o caderno na minha cara", relatou a criança.

Segundo relatos de testemunhas, os assaltantes teriam levado cerca de 80 celulares. Enquanto a dupla agia dentro da escola, outros dois homens teriam ficado do lado de fora da instituição de ensino para auxiliar na fuga. Algumas pessoas passaram mal e uma equipe do Corpo de Bombeiros foi prestar socorro no local.

Outros casos
Segundo a diretora-adjunta da escola, Maria Marlene Batista, no ano passado, a escola chegou a ser arrombada, porém, nunca tinha ocorrido dentro da instituição arrastões como este. Ela alertou que ao redor da escola crimes sempre são registrados, principalmente no turno da tarde, quando muitos alunos já relataram terem sido assaltados. “A escola clama por segurança. Os alunos não querem mais voltar à escola com medo. Nós queremos uma garantia para escola de que vamos ter essa segurança”, frisou a diretora-adjunta. Ainda segundo ela, duas gestantes e uma estudante com problemas respiratórios passaram mal e precisaram ser socorridas.
Um estudante, que preferiu não se identificar, contou que realizava uma prova no momento do crime e logo começou a ouvir os gritos de outros colegas. “Uma professora percebeu que era um assalto pediu que todos os alunos ficassem dentro da sala de aula, todos estavam apavorados e chorando. Para evitar que os criminosos entrassem onde estavámos, nós colocamos a mesa na frente da porta. Os assaltantes ainda tentaram abrir a porta, mas não conseguiram. Em seguida, fugiram”, explicou ele.


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