Servidores
de Mirante da Serra participariam de suposto esquema.
Empresas receberam
verbas sem ter contrato com município, diz PF.
A Polícia
Federal prendeu dez pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes na prefeitura
de Mirante da Serra (RO), durante a Operação Cerberus, realizada nesta terça-feira
(2), em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU). Segundo as
investigações, foram desviados quase R$ 18 milhões em um suposto esquema de
direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro, entre 2011 e 2015.
Nesta terça,
foram cumpridos 10 mandados de prisão, 13 mandados de condução coercitiva, 14
empresas foram lacradas e também foram realizados sequestros de bens com
indícios de origem ilícita em 18 estabelecimentos. A ação foi realizada em
Mirante da Serra, Nova União, Ouro Preto do Oeste, Cacoal, Rolim de Moura,
Ji-Paraná e também em Curitiba (PR). Durante a operação, a prefeitura de
Mirante da Serra foi fechada.
De acordo
com a PF e a CGU, os desvios atingiram diversos projetos, inclusive programas
federais, entre eles, o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar
(Pnate) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Servidores da
prefeitura são suspeitos de envolvimento. Os nomes dos envolvidos e detidos não
foram divulgados.
As
investigações tiveram início em 2012, após uma inspeção da Controladoria Geral
em que foram identificados um descontrole nas contas do município e
transferências indevidas de programas de federais. "Identificamos que os
servidores que trabalhavam no gerenciamento dessas contas, tinham um patrimônio
incompatível com sua renda", explica Ricardo Plácido Ribeiro, chefe da CGU
em Rondônia.
Conforme
Plácido, algumas empresas beneficiadas pelo suposto esquema não tinham sequer
contratos fechados com a prefeitura. Em outros casos, havia contratação
oficial, mas os serviços prestados tinham qualidade muito inferior à prevista
nos contratos. Outra suspeita que motivou as investigações, segundo o delegado
Raphael Baggio de Luca, foi a incompatibilidade nos valores do orçamento do
município e de contratos pagos a empresas.
Na opinião
do delegado, o suposto esquema era bem articulado. "Eles construíram
inúmeras empresas, construíram estabelecimento e casas de luxo, adquiriram
veículos de luxo em nome dos próprios funcionários e também de
familiares", avaliou Luca.
No total, o
grupo teria desviado quase R$ 18 milhões em quatro anos. "Esse rombo de
2011 até 2014, chegou a alcançar por volta de R$ 18 milhões, entre transações e
as fraudes nas licitações. Desse total, R$ 11 milhões foram entregues apenas
para duas empresas", informou Luca.
Cerberus
O nome da
operação, Cerberus, faz alusão ao cão de três cabeças da mitologia grega e que
na Divina Comédia é traduzido como retrato do apetite insaciável, remetendo-se
assim ao núcleo principal que seria formado por três pessoas.
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