sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ante hiperinflação, Zimbábue troca moeda: 175 quadrilhões valem US$ 5


População terá até setembro para trocar o dinheiro, que já não era usado efetivamente a não ser como souvenir.
O governo do Zimbábue está tirando de circulação a moeda do país e introduzindo um novo sistema financeiro para lidar com a hiperinflação.
Moedas estrangeiras como o dólar americano e o rand (da África do Sul) já são usadas na maioria das transações do país desde 2009 - já que a moeda local entrou em colapso e foi descartada na prática, por conta da alta galopante de preços.
Dólares zimbabuanos não são usados efetivamente, exceto quando alguma nota é vendida como souvenir.
Mas, a partir de segunda-feira, a população vai poder começar a trocar valores de até 175 quadrilhões de dólares zimbabuanos (175.000.000.000.000.000) por US$ 5.
Quantias mais altas serão trocadas a uma cotação de 35 quadrilhões de dólares zimbabuanos para US$ 1.
"Não podemos ter dois sistemas com duas moedas diferentes. Temos que preservar a integridade do sistema de multimoedas ou a dolarização do Zimbábue", afirmou o chefe do Banco Central do país, John Mangudya.
Zimbabuanos têm até setembro para trocar a moeda local.
Carrinho de mão
Com a hiperinflação, os preços mudam várias vezes por dia, há escassez de alimentos e cenas inusitadas, como moradores levando o dinheiro ao banco com carrinhos de mão, são corriqueiras.
Um zimbabuano disse à agência Associated Press que costuma usar as notas locais como adubo.
Outras moedas começaram a ser usadas com frequência no país em 2009. No ano anterior, a inflação anual havia chegado a 231.000.000% ao ano, salários e aposentadorias não valiam nada, a maior parte das escolas e hospitais fechou e ao menos oito em dez pessoas estavam desempregadas.
A nota mais alta era a de 100 trilhões de dólares zimbabuanos.
A economia do país tem sofrido desde um programa do governo, em 2002, que perseguia e expulsava fazendeiros brancos do país – o que fez as exportações do país despencarem.
Um governo de coalizão, que acabou em 2013 com a reeleição do presidente Robert Mugabe, ajudou a estabilizar a economia, mas ainda há grandes desafios.


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